Pesquisar este blog

domingo, 28 de fevereiro de 2010

SEM TE CONHECER...

Sem te conhecer...

 
Como já se pode amar uma pessoa sem a conhecer? Não sei a cor dos teus olhos, a cor do teu cabelo, não conheço o teu sorriso, o teu choro... Mas já era capaz de dar a vida por ti... Considero-te uma soma de duas partes: uma parte minha e outra do teu pai, a multiplicação de um amor, a divisão de carinho e uma diminuição do vazio que se sente em casa e no quarto que irá ser teu... Tu vens completar esse vazio no quarto, nos nossos corações, nas nossas vidas...


Precisamos de ti para crescer, para ter algum medo do dia seguinte e para descobrir o que é dividir o amor que sentimos um pelo outro, por ti...

(Achei na net, quem souber o autor, por favor, ajude-me a dar os créditos) ••.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MORGANA MEU BEIJA-FLOR

Beija - flor

Beija-flor
Avisa à flor da Magnólia
Que eu não posso ficar

Beija-flor
Avisa que eu fui embora
E não sei se vou voltar

Longe vou
Mais longe do que já estava
Vou ficar longe da flor

Por favor
Faz com que ela não me esqueça
meu amigo beija-flor

Penso nela todo dia
E todo dia com ela
Saudade vai deixar
Se eu voltar algum dia
E correr pra casa dela
Será que vai lembrar

Minha flor, não me esqueça
Se eu voltar, me reconheça
Essa canção é pra você
Cantar e não me esquecer!

Canção de Rafael para minha filha Morgana.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Aprendizagem significativa.

O papel do professor na promoção da aprendizagem significativa.

O presente artigo pretende fazer uma descrição dos procedimentos do professor diante da tarefa de promover a aprendizagem significativa. Partindo de uma rápida reflexão sobre o contexto atual do processo de aprender, faz um relato das principais atitudes que o professor deve adotar para, de fato promover a aprendizagem significativa de seus alunos.
A idéia de que o mundo está pronto e de que nele reside a reserva de conhecimento (igualmente pronto) que precisamos adquirir construiu e manteve, durante séculos, uma escola totalmente adaptada a esse modelo. Descrever o mundo, seus fenômenos, processos e caracterizar os métodos e técnicas de intervenção nesse mundo sempre foram o principal papel da escola. Tudo sempre esteve muito bem “arrumadinho”: professor ensina algo inquestionável, aluno aprende e reproduz exatamente como aprendeu e todos são felizes para sempre, como nos contos de fada. Mas esse conto continua e depois do “final feliz”, tem início um período sombrio, recheado de incertezas, novos paradigmas e impulsionado pela mudança cada vez mais intensa e freqüente.
A concepção sócio construtivista de conhecimento instalou o pânico nas salas de aula.
Como abrir mão de um referencial de conhecimento enquanto poder e desconstruir toda uma perspectiva de objetividade? Como deixar de ser um bom professor porque sabe o conteúdo e passar a ser um bom professor porque sabe facilitar a aprendizagem? Como aprender uma postura transcultural, fenomenológica e dialógica diante do aluno? Como conjugar na prática o verbo interagir? Essas questões estão na base da construção do real papel do professor diante de uma aprendizagem significativa.
Alguns comportamentos essenciais marcam essa postura e colaboram para garantir uma aprendizagem significativa. Vamos analizá-los:

Pare de dar aulas!

Por mais estranho que possa parecer, esse é o principal comportamento a ser adquirido. Paulo Afonso Caruso Ronca (1996) faz o questionamento perfeito sobre essa situação: “Se o papel do professor é dar aulas, enquanto ele dá a sua aula, o aluno faz o quê?” A expressão “dar aula” é fruto da era do “mundo pronto”. Num contexto de mundo inacabado e em constante mudança nós não temos nenhuma aula a “dar”, mas sim a construir, junto com o aluno. O aluno precisa ser o personagem principal dessa novela
chamada aprendizagem. Já não tem mais sentido continuarmos a escrever, dirigir e atuar nessa novela unilateral, na qual o personagem principal fica sentado no sofá, estático e passivo, assistindo, na maioria das vezes, a cenas que ele não entende. As novelas “de verdade” já estão incluindo o telespectador em seus enredos, basta observarmos a freqüência de pesquisas populares que norteiam o autor na composição de personagens e definição dos rumos da estória.
Dar aula cansa, frustra e adoece. Cansa porque precisamos manter os alunos quietos e prestando atenção em algo que eles, geralmente, não sentem a mínima necessidade de aprender. Para que eles supostamente aprendam (leia-se fiquem quietos, olhando para o professor), muitas vezes desprendemos uma energia sobre-humana, que vem geralmente acompanhada de frustração e desespero. A doença, é conseqüência direta dessa situação.

Pare de dar respostas!

Aprender é fruto de esforço. Esse esforço precisa ser a busca de uma solução, de uma resposta que nos satisfaça e nos re-equilibre. Na medida em que nos preocupamos mais em dar respostas do que fazer perguntas, estaremos evitando que o aluno faça o necessário esforço para aprender. Eis o passaporte para a acomodação cognitiva. Dar a resposta é contar o final do filme. Poupa o sofrimento de vivenciar a angustia de imaginar diferentes e possíveis situações de exercitar o modelo de ensaio-e-erro, enfim, poupa o aluno do exercício da aprendizagem significativa.
Num contexto de “mundo pronto” a resposta fazia sentido. Num contexto de “mundo em construção”, a resposta impede a aprendizagem. Além de que, a perspectiva do vir-a-ser exige busca constante. Se num mundo dinâmico paramos de buscar, saímos da sintonia desse mundo e nos desconectamos do processo global de desenvolvimento.
Diante dessa realidade, o desejo, à vontade, a curiosidade e a disponibilidade interna para aprender ganham especial importância. Segundo Freinet, está fadado ao fracasso, todo método que tentar fazer beber água o cavalo que não tem sede. Essa máxima nos remete à profunda reflexão sobre a importância do papel do sujeito que aprende. Mais ainda. Remetenos à reflexão sobre o papel do professor como “provocador da sede”.
Na escola, informações são passadas sem que os alunos tenham necessidade delas, logo, nossa função principal como professores é de gerar questionamentos, dúvidas, criar necessidade e não apresentar respostas.

Procure novas formas de desafiar os alunos!

O nosso principal papel como professores, na promoção de uma aprendizagem significativa é desafiar os conceitos já aprendidos, para que eles se reconstruam mais ampliados e consistentes, tornando-se assim mais inclusivos com relação a novos conceitos. Quanto mais elaborado e enriquecido é um conceito, maior possibilidade ele tem de servir de parâmetro para a construção de novos conceitos. Isso significa dizer que quanto mais sabemos, mais temos condições de aprender.
O papel docente de desafiar deve ser insistentemente aperfeiçoado. Precisamos construir nossa forma própria de “desequilibrar” as redes neurais dos alunos. Essa função nos coloca diante de um novo desafio com relação ao planejamento de nossas aulas: buscar diferentes formas de provocar instabilidade cognitiva. Logo, planejar uma aula significativa significa, em primeira análise, buscar formas criativas e estimuladoras de desafiar as estruturas conceituais dos alunos. Essa necessidade nos poupa da tradicional busca de maneiras diferentes de “apresentar a matéria”. Na escola, informações são passadas sem
que os alunos tenham necessidade delas, logo, nossa função principal como professores é de gerar questionamentos, dúvidas, criar necessidade e não apresentar respostas.
Quando problematizamos, abrimos as possibilidades de aprendizagem, uma vez que os conteúdos não são tidos como fins em si mesmos, mas como meios essenciais na busca de respostas. Os problemas têm a função de gerar conflitos cognitivos nos alunos (desequilíbrios), que provoquem a necessidade de empreender uma busca pessoal.
Esse desafio a que nos referimos não precisa ser algo de extraordinário, o essencial é cumprir o papel de “causar sede”. Podemos promover um desafio com uma simples pergunta: “Por que quanto mais alto, mais frio fica, se quanto mais alto, mais perto do sol estamos?”. Outras vezes uma situação se presta muito bem para promover tal desequilíbrio como o aparecimento de pintinhas coloridas na pétala de uma rosa em cuja jarra tenha sido colocada água colorida. Outras atividades como apresentação de um recorte de jornal, de uma fotografia, de uma cena de um filme ou de uma pequena estória, igualmente se prestam como excelentes desafios.

Persiga a aprendizagem profunda!

Segundo Ausubel (1988), é indispensável para que haja uma aprendizagem significativa, que os alunos se predisponham a aprender significativamente. Vem daí a necessidade de “despertarmos a sede”. Uma pesquisa feita na década de oitenta (Marton ET alii, 1984) com um universo de cerca de 800 alunos do Ensino Médio chegou a conclusão (nomeada pelos próprios alunos) que dois tipos de pré-disposição eram presentes entre eles: a aprendizagem superficial e a aprendizagem profunda.
A aprendizagem superficial ocorre quando a intenção limita-se a preencher os requisitos da tarefa; assim, mais importante do que a compreensão do conteúdo é prever o tipo de perguntas que possam ser formuladas sobre ele, aquilo que o professor julgará importante. O foco é transferido da importância real do conteúdo para as exigências que serão feitas sobre ele. A aprendizagem superficial ocorre, então, quando há a intenção principal de cumprir os requisitos da tarefa. Como conseqüência ocorre a memorização de informações necessárias para testes e provas. A tarefa é encarada como imposição externa.
Não há reflexão sobre propósitos ou estratégias e o foco é colocado em elementos soltos, sem integração. O aluno sabe que tem que saber como ocorre o processo de respiração humana, tem que saber descrevê-lo, tem que saber os nomes dos principais órgãos envolvidos, mas “não faz contato” com a importância de uma respiração plena para sua qualidade de vida.
Segundo Solé (2002), é preciso levar em consideração que esses enfoques se aplicam à forma de abordar a tarefa e não ao estudante; ou seja, um aluno pode modificar seu enfoque de uma tarefa para a outra ou de um professor para o outro, embora sejam observadas tendências para o uso de enfoques profundos e superficiais. O que determina seu empenho é a disponibilidade interna para a aprendizagem.
A aprendizagem profunda ocorre quando a intenção dos alunos é entender o significado do que estudam, o que os leva a relacionar o conteúdo com aprendizagens anteriores, com suas experiências pessoais, o que, por sua vez, os leva a avaliar o que vai sendo realizado e a perseverarem até conseguirem um grau aceitável de compreensão sobre o assunto. A aprendizagem profunda se torna real, então, quando há a intenção de compreender o conteúdo e, por isso há forte interação com o mesmo, através do constante
exame da lógica dos argumentos apresentados.
O que faz com que um aluno mostre maior ou menor disposição para a realização de aprendizagens significativas? Digamos que é um misto de condições que pertencem ao universo do aluno e questões que pertencem a própria situação de ensino, ao “contexto físico” da aprendizagem, que é resultante da pré-disposição do professor em promover uma aprendizagem superficial ou profunda. Perseguir, pois uma aprendizagem profunda significa organizar os elementos que compõem a situação de ensino de forma motivante e desafiadora e cuidar da relação pessoal com os alunos para que ela possa ser suporte para
o despertar no universo do aluno, um panorama favorável ao “mergulho necessário”.

Pare de dar tantas instruções!

Quanto mais instruções dermos, mais seguidores de instruções formaremos. Não que as instruções tenham sido banidas do mundo atual, o uso da tecnologia deixa-nos “atados” aos manuais, por exemplo. Falo da pouca presença da autonomia na sala de aula. Quando um professor detalha minuciosamente as orientações que acompanham uma tarefa e faz um acompanhamento passo-a-passo de cada etapa para que todos possam caminhar juntos, ele está favorecendo a dependência dos alunos e não sua autonomia. Nesses casos, os alunos não se preocupam muito em compreender o que fazem, mas sim em seguirem as
instruções do professor, o que lhes vai garantir êxito.
Desenvolvimento de autonomia na sala de aula está ligado à possibilidade dos alunos tomarem decisões racionais sobre o planejamento de seu trabalho. Responsabilizando-se por suas tarefas e conhecendo os critérios através dos quais serão avaliados, os alunos poderão regular suas decisões e se apropriar da atividade.
Cuidado, porém, com os excessos! Não dar muitas instruções não corresponde a adotar a teoria do “toma que o filho é teu e te vira”. Precisamos fornecer as instruções necessárias, incentivar as decisões coerentes e questionar as decisões descabidas.
Aprendizagem significativa não necessita de proteção, mas sim de cuidado.

Eleve a auto-estima do aluno!

Partir daquilo que o aluno já sabe reforçá-lo e valorizá-lo é fazê-lo sentir-se parte do processo de aprender e, paralelamente, é elevar sua auto-estima. Outras atitudes igualmente elevadoras da auto-estima do aluno são:
_ Propor desafios ao seu alcance.
_ Monitorar a distância entre a linguagem utilizada na aula e a linguagem natural do aluno.
_ Oferecer as ajudas necessárias diante das dificuldades.
_ Garantir um ambiente compartilhado de ensino em que o aluno sinta-se parte ativa.
_ Implementar o hábito de reconhecimento de pequenos sucessos progressivos.
_ Garantir que o aluno possa mostrar-se progressivamente autônomo no estabelecimento de objetivos, no planejamento das ações que o conduzirá a eles.
Esse conjunto de atitudes compõe o que chamamos relação de respeito e confiança mútuos. E é a partir desse contexto acolhedor que se dá a aprendizagem significativa.
É preciso ser para aprender. A aprendizagem significativa é fruto da “permissão de ser”, mais que isso, é fruto da “sensação de ser”. Estamos falando da maneira específica e natural de ser de cada um de nós, que se transforma na medida em que interagimos significativamente com o mundo e com os outros. Alguém que não tem “permissão de ser” não se habilita a aprender, pois não tem referenciais internos para alimentar a interação necessária com o objeto da aprendizagem. Nossos alunos precisam sentir que podem ser o que são na sala de aula e que toda parte de si que não for muito conveniente será fruto de uma negociação respeitosa que levará a uma adaptação de comportamento que, por sua vez, será um ganho de habilidade relacional, um presente para ser melhor no mundo.
É claro que não estamos aqui contradizendo nosso papel de formadores de atitudes socialmente aceitas. É preciso ensinar os alunos a equilibrarem o “ser” e o “estar”, sob pena de sermos banidos do mundo. Estamos nos referindo a atitude de fazer isso sem anular o “ser” já construído que esse aluno traz.
Essa atitude exige de nós, professores duas posturas nada fáceis, porém não impossíveis de serem aprendidas com determinação e persistência:

_ O olhar fenomenológico – que consiste em olhar o aluno e seu comportamento por si só, o mais livre possível de julgamentos estereotipantes.
Pedrinho usa expressões que são comuns entre marginais ao invés de Pedrinho é um marginalzinho, com certeza!
_ A postura transcultural – que consiste em explorar, conhecer, respeitar e entender a cultura do aluno, levando em conta a possibilidade de enriquecer a sua própria cultura.
Elevar a auto-estima do aluno significa fazê-lo sentir-se capaz, fazê-lo sentir-se digno de ter direitos e possibilidades na vida.

Promova a interação entre os alunos!

A troca de percepções entre os alunos estimula a ampliação de idéias e a testagem de hipóteses pessoais. O indivíduo não nasce pronto nem é cópia do ambiente externo. Em sua evolução intelectual há uma interação constante e ininterrupta entre processos internos e influências do mundo social. A partir dessa afirmação, Vigotsky justifica a necessidade de interação social no processo de aprendizagem. Atento à "natureza social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por seus pares em um ambiente impregnado pela cultura, Vigotsky (1999) defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é produto dessa convivência. Para ele, "na ausência do outro, o homem não se constrói homem". Enfim, é
através da aprendizagem nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental.
Essa interação deve se concretizar em sala de aula através do estímulo para que os alunos troquem idéias e opiniões. Essas trocas devem ser breves e em pequenos grupos (três alunos é o ideal) para se evitar a dispersão e perda de foco. No momento em que um aluno ouve a opinião do colega e reflete sobre o que ele diz, ele tem a oportunidade de ratificar ou retificar sua opinião, através de uma síntese dialética, necessária a todo conhecimento consistente.

Uma tentativa de conclusão

O papel do professor na promoção de uma aprendizagem significativa tem início na clareza que ele tem a respeito da concepção social da Educação e, conseqüentemente do seu próprio papel social. Somente a consciência e o compromisso com esse papel vão dar forma a um projeto real de sociedade, no qual se inserem e se inter-relacionam cidadãos mais ou menos críticos, mais ou menos engajados, enfim, mais ou menos conscientes.
Promover a aprendizagem significativa é parte de um projeto educacional libertador, que visa à formação de homens conscientes de suas vidas e dos papéis que representam nelas. É impossível ensinar liberdade, cerceando idéias, oprimindo participações e ditando verdades. Apercebermo-nos dessas atitudes é essencial para que iniciemos um real processo de transformação da nossa prática.


Júlio César Furtado dos Santos
Especialista em Psicopedagogia pela Universidade de Havana.
Psicólogo, Pedagogo e Professor. Pró-Reitor Acadêmico da UNIABEU,RJ
Mestre em Educação pela UFRJ
Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Havana.
.
BIBLIOGRAFIA:

AUSUBEL, at alii. Psicologia educativa: um punto de vista cognoscitivo. México, Trillas, 1988.
DUARTE, Newton. Vigotsky e o aprender a aprender. Ed. Autores Associados, São Paulo, 1999.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. Célestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. Petrópolis, RJ,
1997.
MARTON at alii. The experience of learning. Edimburg, Scottish Academic Press, 1984.
RONCA, Paulo Caruso. A prova operatória. Ed. Finep, São Paulo, 1996.
SOLÉ, I 2002. Bases Psicopedagógicas de la practica educativa. In: El curriculum en el centro
educativo. Barcelona, ICE/Horsori.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ATIVIDADES EM CRECHES


Nos primeiros meses de vida, as brincadeiras estimulam os sentidos. Os bebês olham tudo com atenção e se encantam com objetos coloridos.
Ao ouvir qualquer barulhinho, se viram procurando de onde ele vem. A partir de 01 ano, as crianças já estão mais ágeis e se interessam por tudo o que tem movimento – por isso, a bola é sucesso garantido!
Como nessa fase a fala está em pleno desenvolvimento, é importante conversar muito com elas e explicar cada atividade. Por volta dos 3 anos, os pequenos já interagem mais com o grupo e as brincadeiras podem prever regras mais definidas.

BRINQUEDOS SIMPLES – COMO CHOCALHO OU CUBOS – AJUDAM OS BEBÊS A DESENVOLVER OS SENTIDOS, A ENTENDER O MUNDO À SUA VOLTA, A CONHECER O PRÓPRIO CORPO E A INTERAGIR COM OS COLEGAS

RECREAÇÃO NA CRECHE
Brincando desde bebê, a criança conhece o mundo.

ESCONDE-ESCONDE
Cadê o ursinho? Ele sumiu, mas não é para sempre.
_ IDADE A partir de 6 meses.
_ O QUE DESENVOLVE Noção de que as pessoas e os objetos continuam existindo mesmo quando saem do campo de visão.
_ COMO BRINCAR Se esconda atrás de uma porta ou de algum objeto grande e chame o bebê, fazendo com que ele procure você. Apareça novamente. Cubra a sua cabeça com um pano e chame a criança pelo nome. Depois de alguns segundos, retire o pano. Esconda um objeto que o bebê goste, como um ursinho, e pergunte: “Cadê o ursinho? Onde ele está?” Incentive a criança a procurá-lo. Depois, mostre o objeto. Essa atividade ajuda a criança a compreender a ausência dos pais quando eles saem, por exemplo, para trabalhar.

SONS
Se faz barulho, chama a atenção dos bebês.
_ IDADE A partir de 3 meses.
_ O QUE DESENVOLVE Audição e coordenação motora.
_ BRINQUEDO Chocalho.
_ COMO BRINCAR Agite o brinquedo perto e longe do bebê, afastando-o dos olhos e variando o ritmo – ora lento, ora rápido. Vá para diferentes locais da sala e faça
barulhos para que ele procure de onde vem o som. A partir do quarto mês, quando ele começa a segurar objetos, coloque o chocalho nas mãos dele e o ensine a fazer o movimento.
_ ESTE VOCÊ FAZ Coloque arroz ou sementes dentro de um pote de iogurte.
Feche bem com fita crepe. Atenção para que os pequenos não abram os chocalhos caseiros com a boca.

CORES
Blocos de espuma azuis e vermelhos... Um em cima do outro e, de repente, todos no chão!

_ IDADE A partir de 3 meses.

_ O QUE DESENVOLVE Coordenação motora e a visão, que começa a ficar mais nítida a partir do terceiro mês.
_ BRINQUEDO Blocos coloridos de espuma.
_ COMO BRINCAR Movimente os blocos, coloque uns sobre os outros.
Deixe a criança segurá-los e derrubá-los.
_ ESTE VOCÊ FAZ Corte o fundo de duas garrafas PET transparentes e coloque papel crepom picado, de diferentes cores e tamanhos, dentro desses recipientes.
Junte um ao outro com fita adesiva. Também é possível usar água, óleo e purpurina.
Utilize vasilhames de diferentes tamanhos para que o bebê perceba que sua mão envolve o objeto de várias maneiras.

ENCAIXES

Uma caixa dentro da outra e o bebê aprende o que é grande, pequeno, leve e pesado.
_ IDADE A partir de 6 meses.

_ O QUE DESENVOLVE Noção de tamanho e de peso.
_ BRINQUEDO Caixas de papelão e potes plásticos de vários tamanhos e formatos.
_ COMO BRINCAR Coloque um pote dentro do outro, mostrando que o menor cabe dentro do maior. Vire os potinhos de ponta-cabeça e coloque um sobre o outro até formar uma torre. Deixe a criança brincar à vontade com os potes e colocar as mãozinhas dentro deles. Quando ela pegar um pote sozinha ou dois deles (um dentro do outro), vai perceber a diferença de peso.
_ ESTE VOCÊ FAZ Monte cubos de diferentes tamanhos com caixas de leite.
Recorte o papelão e emende as laterais com fita crepe. Depois, pinte.
TRENZINHO OU COBRA
Uma criança atrás da outra ou de mãos dadas... E o trem faz ziguezague pela classe.

_ IDADE A partir de 2 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Percepção de como o corpo se movimenta em um determinado espaço e interação com o colega.
_ COMO BRINCAR As crianças andam em duplas, trios ou em grupos maiores, uma atrás da outra, com as mãos no ombro do amigo da frente. Também podem andar de mãos ou braços dados e formar uma roda. Para variar, sugira que elas andem de costas,
até encostar em algum companheiro.
TÚNEL
Engatinhando, se arrastando... Há várias formas de atravessar o túnel!

_ IDADE A partir de 1 ano.

_ O QUE DESENVOLVE Coordenação motora e relacionamento social.
_ BRINQUEDO Túnel de pano com armação de metal.
_ COMO BRINCAR Mostre o túnel para a criança. Faça com que ela ande ao lado dele, por fora, do início até o fim. Depois, coloque brinquedos dentro do túnel e peça para ela pegar. Só então a incentive a atravessar o túnel.
_ ESTE VOCÊ FAZ Providencie caixas grandes de papelão. Tire a tampa delas e cole uma na outra com fita crepe.

BOLA
Os pequenos vão se divertir ao ficar de barriga para baixo em cima de uma grande bola

_ IDADE A partir de 1 ano.

_ O QUE DESENVOLVE Coordenação motora.
_ BRINQUEDO Bolas de plástico de vários tamanhos.
_ COMO BRINCAR Chute a bola e peça para a criança devolver com os pés ou com as mãos.
Peça para ela passar a bola por baixo das próprias pernas ou das suas. Utilize também bolas maiores e diga para o bebê se sentar sobre elas. Coloque-o de barriga para baixo em cima de uma bola grande e faça movimentos lentos para a frente e para trás, para a esquerda e para a direita, sempre segurando a criança com firmeza.
_ ESTE VOCÊ FAZ Faça uma bola colocando retalhos de tecido ou pedaços de lã dentro de uma meia ou amassando bem várias folhas de jornal presas com fita adesiva.
Elas podem ser de diferentes tamanhos.
ESTICA E ENCOLHE
Os movimentos são simples e dão às crianças a noção de ritmo
_ IDADE A partir de 2 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Percepção da própria imagem e das partes do corpo, criatividade e conceitos de rápido e lento. Feito com música, o exercício ensina ritmo e a relação entre movimento e som.
_ COMO BRINCAR Incentive a criança a fazer movimentos de extensão e flexão de mãos, braços, pernas e do corpo inteiro. Mostre que a mão, contraída, fica igual a uma bolinha. Coloque uma música lenta e peça para ela fazer os movimentos no ritmo. Depois, ponha uma canção mais agitada e indique como ficam os movimentos nessa marcação.

RELAXAMENTO
Espreguiçar, bocejar e rolar sobre um colchonete... Tem coisa mais gostosa?

_ IDADE A partir de 2 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Atenção à respiração e às batidas do coração.
_ COMO BRINCAR Deixe as crianças bem à vontade, descalças e sentadas no chão.
Mostre como espreguiçar, esticando todo o corpo, e como bocejar. Diga para fazerem o mesmo. Depois, todos se deitam e rolam de um lado para o outro.

CIRCUITO
Como uma formiga, a criança dá passos curtinhos. Mas também corre e até anda de costas.

_ IDADE A partir de 3 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Equilíbrio e consciência corporal.
_ COMO BRINCAR Distribua pela sala almofadas, blocos de espuma, bancos e outras peças para que a turma ande sobre eles. É possível criar um circuito, comandado por ordens verbais. Diga: “Imagine que vocês são formiguinhas”. Todos andam bem devagar, com passos bem pequeninos. Agora, vocês terão de passar perto de um grande tamanduá.
Corram com passos largos para não ser pegos!” Esses comandos podem incluir outras formas de andar, com graus variados de dificuldade: na ponta dos pés, com os calcanhares, para a frente e para trás.


PINTURA NO CORPO

Dia de sol, vão todos brincar com tinta. A tarefa termina com um banho de mangueira.

_ IDADE A partir de 3 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Expressão artística e exploração do próprio corpo e do colega.
_ COMO BRINCAR Numa área ao ar livre, as crianças vestidas com trajes de banho recebem tinta guache para pintar o corpo. Escolhidos os pés, por exemplo, oriente os alunos a pintá-los. Passe então para as pernas, a barriga, os braços e as mãos.
Coloque papel pardo no chão e oriente o aluno a se deitar, imprimindo o corpo na folha.
Leve um espelho para que todos se vejam. Para ajudar a turma a ganhar autonomia, diga para cada um tirar a tinta do próprio corpo. Vá, novamente, nomeando as partes:
“Agora vamos lavar os pés! Agora as mãos! Os braços!...”
_ LEMBRETE Para evitar que a brincadeira cause problemas de saúde, é importante que sejam utilizados produtos antialérgicos.

CARAS E CARETAS
Mudando as expressões, a garotada mostra raiva e ainda pode imitar um bichinho.

_ IDADE A partir de 3 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Capacidade de representar os sentimentos.
_ COMO BRINCAR Coloque a turma ao seu lado, em frente a um espelho, e peça para todos imitarem as suas expressões.
Depois diga o que significam. Se você franzir a testa, diga que está sério ou bravo; torcer o nariz demonstra desprezo; falar com os dentes cerrados indica raiva; sorriso mostra alegria. Depois, imite animais: um coelho, franzindo o nariz, ou uma cobra, colocando a língua para dentro e para fora.

DANÇA DAS CADEIRAS
A brincadeira exige atenção e mostra o que são regras. Quem não se sentar sai do jogo.

_ IDADE A partir de 3 anos.

_ O QUE DESENVOLVE Noções de espaço e tempo, atenção e concentração, socialização, percepção de si próprio e do outro, conceito de regras e compreensão de que é possível ganhar e perder.
_ COMO BRINCAR Separe cadeiras baixinhas de acordo com o número de alunos da classe – se a turma tem sete estudantes, coloque seis cadeiras no centro da sala e forme com elas uma roda. Coloque uma música e peça para eles andarem e dançarem em volta das cadeiras. Quando a música parar, todos devem se sentar. Sai da brincadeira quem ficar sem cadeira. Tire uma cadeira e recomece a atividade. O jogo acaba quando restar apenas um assento e uma criança.
_ VERSÃO COOPERATIVA Nessa brincadeira, não há vencedores. Separe um número de cadeiras igual ao de alunos e forme a roda. Coloque uma música e peça para as crianças andarem e dançarem em torno das cadeiras. Quando o som parar, todos os alunos devem se sentar. Porém, diferentemente da versão anterior, apenas as cadeiras são retiradas uma a uma. O objetivo é que as crianças se ajeitem até que, no final, todas se acomodem em apenas uma cadeira.

Magnólia Moura

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A importância dos limites na vida da criança

A importância dos limites na vida da criança

Nildo Lage


A importância dos limites na vida da criança


Qual é o melhor atrativo para desviar a atenção de uma família, senão uma criança? Ela chega para transformar vidas, alterar a rotina de um lar, determinar o ritmo da casa: os horários, os programas de televisão, o cardápio e até as atividades de lazer. Dotada de uma capacidade infalível de persuadir, detém técnicas implacáveis para domar gente grande. A sua eficácia é tamanha que, com um simples gesto, lança por terra defesa, rui as estruturas, pois sabe o momento exato para derramar uma lágrima ou abrir um irradiante sorriso para consumar suas conquistas.
Com essas táticas infalíveis, monopoliza um lar. Se não for refreada, perde a noção de limites. Porém, muitos pais esbarram no sentimento no momento de agir e pecam por acreditar que amor é fazer todas as vontades e liberdade é sinônimo de criança feliz.
Para educar num mundo repleto de influências, é necessário delimitar espaço, definir papéis e não abrir mão de itens fundamentais — educação social, educação religiosa e escolarização —, tão indispensáveis que, há milênios, o maior de todos os livros já alertava: “Ensinai à criança o caminho em que ela deve andar, e, mesmo depois de velha, ela não desviará dele” (Prov. 22:6).

Mas até onde os pais podem atender às exigências, às imposições e aos desejos da criança? Como impor limites num ser imaturo, impregnado de vontades, sem causar danos psicológicos ou emocionais?

Formar a personalidade é um desafio. Uma dúvida inquieta especialistas e ecoa a todo instante na cabeça dos pais: Como impor limites aos filhos?


Como não existe fórmula pronta, famílias estão em constante busca de alternativas, mas poucas conseguem educar os filhos com limites, pois muitos pais acham graça das birras, dos atos de desobediência. Fecham os olhos para a razão e, quando caem em si, deparam-se com criaturinhas indomáveis, que desconhecem o que é limite e respeito.
A criança capta, através da sensibilidade aflorada, as fraquezas dos pais e monta o seu arsenal para vencer aqueles que a cercam. Ela já nasce com a marca da grega Hera — a deusa dos deuses, que rege o casamento — e declara desde a sua chegada: “Decifra-me ou te devoro”. Antes mesmo de dar os primeiros passos, de proferir uma palavra, aprende a arte de envolver a família à sua volta e, à medida que ganha autonomia, maturidade, sente-se “dona do pedaço”. Todos entram na sua mira: pais, tios, avós, coleguinhas... E, se não forem contidas, em pouco tempo, birras e pirraças se convertem em agressões físicas e verbais.
Segundo o jornalista e historiador André Fontaine, “todo adulto é, basicamente, o resultado direto dos limites que recebeu quando criança, de como eles foram colocados, recebidos, entendidos e aceitos”. A falta de limites na infância é uma das principais razões da existência de jovens rebeldes e adultos e profissionais fracassados. O excesso de liberdade rompe a ligação de relacionamento entre pais e filhos, que vivem em constante pé de guerra, na disputa sobre quem manda e quem obedece.
A indisciplina infantil é gritante: mordem; chutam; empurram; cospem; proferem palavrões e insultos; arremessam objetos por um simples “não” recebido; e, por acreditarem que podem tudo, armam o palco e dão o seu espetáculo em porta de lojas de brinquedos, shopping centers, sorveterias e parques de diversões.
Determinar limites na fase da formação da personalidade é fundamental para ostentar um relacionamento estável e proporcionar a formação do indivíduo que passa a refletir sobre seus valores, seus direitos e suas obrigações no seio da família e, posteriormente, na sociedade.
Pais que amam não são aqueles que cedem sempre, que têm um “sim” na ponta da língua e as mãos sempre abertas, prontas para doar. A verdadeira arte de ser pai é saber dizer “não”, mesmo em situações em que o “sim” poderia sobressair. Somente assim a criança não crescerá acreditando que tem direito a tudo e que pode tudo.
Na busca de saídas, pais recorrem à escola, e esta, por sua vez, repassa a responsabilidade. Afinal, de quem é o compromisso de impor limites à criança?
Resgatar princípios é um desafio para famílias e escolas. Infelizmente, na maioria dos casos, não há diálogo nem disciplina, porque a criança depende do adulto, principalmente na formação do vocabulário para expressar sentimentos, medos e frustrações.
Pais e educadores devem rever os conceitos de punição, recordar que já foram crianças e evitar repetir erros que provoquem traumas ou comportamentos errôneos.

Determinar limites na fase da formação da personalidade é fundamental para ostentar um relacionamento estável e proporcionar a formação do indivíduo que passa a refletir sobre seus valores, seus direitos e suas obrigações no seio da família e, posteriormente, na sociedade.
Pais que amam não são aqueles que cedem sempre, que têm um “sim” na ponta da língua e as mãos sempre abertas, prontas para doar. A verdadeira arte de ser pai é saber dizer “não”, mesmo em situações em que o “sim” poderia sobressair. Somente assim a criança não crescerá acreditando que tem direito a tudo e que pode tudo.
Na busca de saídas, pais recorrem à escola, e esta, por sua vez, repassa a responsabilidade.


Afinal, de quem é o compromisso de impor limites à criança?


Resgatar princípios é um desafio para famílias e escolas. Infelizmente, na maioria dos casos, não há diálogo nem disciplina, porque a criança depende do adulto, principalmente na formação do vocabulário para expressar sentimentos, medos e frustrações.
Pais e educadores devem rever os conceitos de punição, recordar que já foram crianças e evitar repetir erros que provoquem traumas ou comportamentos errôneos.

Determinar limites na fase da formação da personalidade é fundamental para ostentar um relacionamento estável e proporcionar a formação do indivíduo que passa a refletir sobre seus valores, seus direitos e suas obrigações no seio da família e, posteriormente, na sociedade.
Pais que amam não são aqueles que cedem sempre, que têm um “sim” na ponta da língua e as mãos sempre abertas, prontas para doar. A verdadeira arte de ser pai é saber dizer “não”, mesmo em situações em que o “sim” poderia sobressair. Somente assim a criança não crescerá acreditando que tem direito a tudo e que pode tudo.
Na busca de saídas, pais recorrem à escola, e esta, por sua vez, repassa a responsabilidade. Afinal, de quem é o compromisso de impor limites à criança?
Resgatar princípios é um desafio para famílias e escolas. Infelizmente, na maioria dos casos, não há diálogo nem disciplina, porque a criança depende do adulto, principalmente na formação do vocabulário para expressar sentimentos, medos e frustrações.
Pais e educadores devem rever os conceitos de punição, recordar que já foram crianças e evitar repetir erros que provoquem traumas ou comportamentos errôneos.

O exemplo tem que partir dos pais, através de atos e atitudes. No momento de agir, eles devem abrir mão da emoção, dos sentimentos, e seguir apenas a razão. É melhor serem duros, radicais, do que passarem o resto da vida lamentado as decisões não tomadas e perderem o seu filho para o mundo que está aí, de braços abertos para acolhê-lo.

Para atingir esse alvo, pais têm que assumir uma postura para equilibrar o relacionamento. A criança precisa entender porque isso ou aquilo pode ou não ser feito. Esse entendimento gera a consciência. A criança aprende com os atos dos adultos, e, se pai e mãe brigam, se agridem, não se respeitam, conseqüentemente o filho vai seguir o mesmo caminho.
Apesar de tantos exemplos, muitos pais ainda confundem educação com formação. Podemos matricular nosso filho numa escola que lhe propicie uma educação de qualidade, mas é preciso o complemento que é a formação moral, religiosa e, principalmente, ética para respeitar limites e resistir às tentações do mundo.

Mas até onde os filhos são dos pais ou do mundo?


O erro maior é criar os filhos para si, e não para o mundo. Poucos estão preparados para uma separação. O rompimento do cordão umbilical é um curso natural. Eles crescem, exigem o seu espaço, querem a sua tribo e vão lutar por sua independência. Cabe aos pais prepará-los para encararem os desafios de um mundo que exige a formação da personalidade, do caráter, e o conhecimento das regras de convivência. Pois ética, caráter, respeito e limites são valores gerados exclusivamente no seio da família. A escola vai apenas moldá-los e amadurecê-los.
Aplicar pena nem sempre é uma boa ação. O castigo, se não for corretivo, pode ter efeito contrário, pois a mente da criança é um terreno fértil, em que tudo o que se plantar germina. E, se quisermos jovens e adultos disciplinados, temos que preparar esse terreno com cuidado, um código de conduta deve ser estabelecido para que a criança se convença de que determinadas regras são valores que enriquecerão o relacionamento familiar e, conseqüentemente, serão praticados no convívio social.

O primeiro passo é saber dizer “não”, para que a criança não cresça acreditando que pode tudo. A consciência de que sempre existirá algo para conquistar, um motivo para atingir objetivos e propósitos através de seus valores — valores que a maioria não adquire na infância e que somente na fase adulta são notados. Muitos se perdem; pois, nessa trajetória, as regras são impostas pelo próprio meio, e uma das normas invioláveis é respeitar limites, principalmente os do semelhante.


A psicóloga Tânia Zagury acredita que “Limite é dizer ‘sim’ sempre que possível e dizer ‘não’ quando necessário” e mais: “Limite é saber conviver com a frustração e adiar satisfações”.
No conflito entre disciplina e limite, na dúvida entre o “sim” e o “não”, pais se desesperam por terem permitido que os seus filhos fizessem o que queriam, simplesmente por serem crianças.
Muitos, para se esvaírem, culpam a sociedade moderna, que permitiu a extinção de valores, destruiu princípios, alterou ensinamentos... Outros atacam os meios de comunicação que instigam, através dos seus programas, a violência e a desobediência. E ainda há aqueles que condenam o sistema de ensino que não educa. Mas muitas crianças chegam à escola tão dependentes que algumas não conseguem comer sozinhas. Professor tem que ser tudo, principalmente babá.
A maioria dos pais não percebe que, ao se distanciarem dos filhos na busca de status e realizações pessoais, deixando-os à mercê de empregados, babás, não estão fazendo tudo. Para muitos, casa confortável, mesa farta e uma boa escola são suficientes para um futuro promissor. Não despertam a consciência de que a participação é fundamental, só a presença não basta. Educar exige envolvimento emocional, comprometimento para acompanhar as mudanças físicas e biológicas que influenciam no comportamento.
No confronto entre a maturidade e a inexperiência, discussões e momentos de carinho e afeto muitas vezes se chocam com sentimentos e incompreensões. Nessa transição, a maturidade deve imperar, e o que não pode ocorrer é o desrespeito. É preciso equilíbrio para que mágoas e desapontamentos não afetem sentimentos nem abalem a confiança.
Pais devem ser a âncora, a rota, a voz e o silêncio. A âncora que ampara, proporciona segurança, estaciona num porto seguro; a rota que conduz ao crescimento humano e pessoal através da experiência; a voz para falar — não para conter, mas para indicar o caminho —; e o silêncio para ouvir os medos, captar as fraquezas, entender as inseguranças e as necessidades de uma criança que necessita de gestos de carinho, palavras de incentivo, atitudes corretivas e calor humano para formar o elo do afeto. Afinal, crescer é tão difícil quanto nascer. Há que se estar pronto para enfrentar os desafios de um novo mundo.