Di Cavalcante
tais luso de carvalho
Todos sabemos: preconceito não é nada mais do que uma idéia preconcebida, antecipada; o não gostar sem saber o porquê, estabelecer diferenças entre as pessoas sem razão para tal.
Pois bem, todos fomos, alguma vez, preconceituosos. Uns mais, outros menos. Mas fomos, infelizmente. Isso é próprio do ser humano.
O preconceito racial é bem conhecido e não preciso deter-me muito nele. Sabemos que as manifestações são violentas, principalmente contra os negros - eles têm, sim, suas razões para odiarem o mundo, mas de nada vai adiantar dizer que um erro não justifica o outro. Foram arrancados de sua pátria, escravizados em mundos diferentes e, ainda, torturados num certo Pelourinho, hoje lindo e maravilhoso, todo colorido, lugar ideal pra turista tirar fotografias e rir não sei de quê.
O preconceito está sempre presente e não precisa esforço para encontrá-lo. Ele está nas religiões, nas seitas - cada uma achando que a sua doutrina é a verdadeira, a única. Vamos encontrá-lo no pobre, no trabalhador de baixa instrução, nos homossexuais, nos velhos, deficientes, gordos, feios, baixos, gigantes ou ateus. E, por aí vai; não existe mais gente, existem categorias e grupos prontos para serem discriminados.
Ouvi de um casal de amigos, ambos obesos, que a mulher gorda é mais descriminada do que o homem gordo. Eu não tinha pensado nisso; a discriminação ainda tem subdivisões!
A gordura tem identidade. A gorda jovem é mais discriminada do que uma gorda idosa. A gorda idosa é perdoada porque é idosa; mas a jovem já leva um apelido pra arrasar, pra ficar quieta. Já viram gordas trabalhando? Poucas: gorda tem de ir pra Spa; gorda não sabe fazer nada, gorda ocupa espaço, gorda é lerda... Esse é o pensamento do empregador.
Porém a pior das discriminações é contra os deficientes. Ser deficiente é uma coisa; ser ineficiente é outra. Mas parece que o negócio anda meio misturado...
Quantas vezes chamamos as pessoas pelo defeito exposto e não pelo seu nome? É o vesgo, o narigudo, o orelhudo, o fanhoso, o manco, o albino, o gordo, o magrão, o careca... Já presenciei um homem de 1.95 mt ser chamado de anãozinho... Ainda tem o lado irônico da coisa.
Onde o preconceito mais funciona é quando saímos à procura de trabalho. Quantos não conseguem emprego por sua massa corporal não entrar nos padrões exigidos de boa aparência?
Os velhos acumularam conhecimento durante anos e depois não servem mais, a não ser que sejam liberais. Caso contrário são desprezados e tratados como se fossem bagaços.
Os jovens recém-formados também são discriminados. Nos classificados dos jornais a exigência do empregador é de que esses jovens tenham, no mínimo, 3 anos de experiência com-pro-va-da.
Com tudo isso entrego meus pontos: não consigo entender esse raciocínio. De onde esses jovens vão tirar os tais 3 anos de prática? Estágios? Não dão a vazão necessária.
O que faremos com aqueles milhões de empregos prometidos que ainda não vieram?
Liguei meus neurônios e consegui entender: aqueles milhões de empregos prometidos - que ainda não vieram - são para criaturas jovens, de fé, com experiência, brancas, magras, bonitas, nem altas, nem baixas e com uma saúde de ferro; e se forem homens, com cabelos; porque os carecas também estão no listão!
Enfim, coisas nossas, dos humanos.
"- Ensinar exige rigorosidade metódica; - Ensinar exige pesquisa; - Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos; - Ensinar exige criticidade; - Ensinar exige estética e ética; - Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo; - Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; - Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática; - Ensinar exige o reconhececimento e a assunção da identidade cultural......"
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segunda-feira, 28 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
Por ti
Por ti, eu me fiz atalho,
Vereda, aleia, margem de caminho,
Agreste rota
Que a florir de sol se doura.
Por ti, eu me fiz estrela,
Esfera plácida que ilumina
Dá brilho e consome a vida.
Por ti, eu me fiz aragem,
Lento vento, doce brisa,
Volátil beijo e sutil desejo.
Por ti, eu me fiz mulher,
Embrulhei meus sonhos
Juntei-me a ti.
Dos sonhos me fiz poeta
Lira pura, serena prece,
Chegada e fim.
Por ti tornei-me espera,
Por ti eu me fiz amor.
Eloah
Eloah
quinta-feira, 10 de maio de 2012
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