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domingo, 23 de setembro de 2012

ELA CHEGOU!!!






Suas flores nos parques
Praças e avenidas
Podemos avistar.
Ah! Primavera...
Nos deixa
Mais bonitas e
Sedutoras com
Vestidos floridos
As árvores se renovam
A vida se renova com
A vivacidade de suas cores
O coração baila novas
Melodias
Sucumbidos na fé
Seguimos em
Em frente em
Busca de
Novos
Horizontes!

Ivana 

A Bela Magnólia







Lindo presente me deste!
A magnólia já florida
Rescende do lado leste,
De cor-de-rosa vestida.

Alegra meu coração
Co'a beleza que me oferta,
Encantadora visão
Que o meu poetar desperta.

Floresceram os rebentos
Ao chegar do Fevereiro,
Depois foram meus alentos
Para a poder ver primeiro.

De flores maravilhosas,
Difíceis de descrever,
Com pétalas preciosas,
Toda a árvore a envolver.

Do que é belo me afastar,
É mesmo o que mais me custa,
Quero reter com o olhar
Esta imagem augusta.

Guardá-la bem na memória
Grata p'la recordação
Da Natureza flórea,
Que gera minha emoção!

Maria da Fonseca

Talvez uma das primeiras flores a aparecer no nosso planeta.
São flores breves, mas de grande beleza, que é imperioso "aproveitar" e reter na memória.

É poesia pura.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O brincar enquanto função mental


Reinações de Kauan


De forma comum normalmente se tem a ideia de que a brincadeira não passa de uma atividade que as crianças arrumam para preencher seu tempo, já que nada podem fazer de tão importante para o bem comum. Olhando por esse ponto de vista, as brincadeiras então, podem facilmente serem excluídas pelos adultos da vida da criança, como dispensáveis, quando existem outros interesses implicados na ocasião.
Entretanto, do ponto de vista psicológico, as brincadeiras são importantes ensaios de situações que a criança viverá no futuro e isso não está presente apenas nos humanos, mas, nos outros animais também é prática instintiva ensaiar, sem compromisso com o sucesso, os passos que deverá dar em direção à vida.
Brincadeiras infantis estão repletas de experiências fundamentais no desenvolvimento da mente e definem de forma muito importante traços da capacidade emocional.
Sentimentos de amor e ódio que permearão toda a vida da criança estão a sua disposição nas brincadeiras para serem conhecidos e experimentamos, sem que influenciem sua vida, de forma comprometedora. Durante suas experiências nas brincadeiras poderá matar ou amar loucamente tudo e todos que desejar, em sua imaginação. Situações de paixões arrebatadoras e sentimentos de intensa rivalidade, ainda proibidos para a criança, descobrem nas brincadeiras um laboratório de importância essencial.
A mulher que pôde brincar de ser mãe quando era menina e que desejou isso, cria um espaço interno que comportará essa função de forma muito bonita na vida adulta.
Da mesma forma, o garotinho que pôde lutar com o rival e aniquilar seu inimigo, em suas brincadeiras, têm maior chance de resolver problemas dessa ordem e não repetir esse tipo de comportamento de forma comprometedora em sua vida adulta.
Melanie Klein (1882-1960), pensadora austríaca, nome mais importante depois de Sigmund Freud (1856-1939) para a psicanálise, publica em 1932 A psicanálise da criança, onde propõe a ludoterapia como recurso principal no tratamento psicológico de crianças. A palavra lúdico, de onde vem ludoterapia, significa brincadeira e tem sua origem no Latim “illusio”, propondo a ilusão como o ensaio do que será real. A pensadora propõe a brincadeira como libertadora de sentimentos reprimidos na vida emocional da criança, permitindo uma adequação no seu funcionamento mental.
Nada mais banal do que os interesses que os adultos defendem; nada mais importante do que os temas das brincadeiras infantis.
 Renato Dias Martino

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL







Palestra da Prof. Maria Carmen Barbosa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sobre o brincar no 28. Simpósio Internacional da OMEP. 

Durante sua fala, Maria Carmen nos incita o tempo todo a pensar profundamente sobre o brincar e o nosso papel como educadoras e educadores da infância. Sua fala se iniciou com uma pergunta: É preciso brincar na escola de Educação Infantil? Para responder, a pesquisadora e professora dividiu sua fala em quatro pontos. São eles: A- Brincar é a capacidade de inventar mundo; B- brincar não é ato natural, mas uma aprendizagem cultural; C- Para brincar é preciso um lugar para fazer brincadeiras, tempo para inventá-la, vivenciá-la, materiais "ricos" e, de preferência muitos companheiros; D- Brincar não se contrapõe a aprender, mas é relacionar-se com o mundo do conhecimento e aprender de modo significativo. A - Brincar é a capacidade de inventar mundo Brincar está presente na nossa vida diária. Passamos oito horas dormindo e sonhando. Ao longo do tempo acordado temos momentos de devaneios, fantasiamos, inventamos. Imaginar e fantasiar faz parte de ser humano. A possibilidade de desenvolvimento dessa capacidade é afetada pelo contexto e a cultura de cada um. Imaginar e fantasiar são formações mentais que gera capacidades em seres humanos. Capacidade de criação humana. Através das brincadeiras as pessoas iniciam a construção de seus mundos imaginários. B- Brincar não é ato natural, mas umas aprendizagens culturais Todos nasceram com capacidade de interagir com o mundo que nos circunda. Temos capacidades de interação. Seres humanos são capazes de inventar, criar brincadeiras, criar regras. Mas a brincadeira é uma construção sócia- histórica, que precisa ser transmitida. Brincadeiras derivam muitas formas de lazer, recreação. Durante muito tempo crianças e adultos brincaram juntos. Brincadeiras mudam de nome nosso lazer, coisas de gostamos são também fontes de prazer e fazer compartilhado. Brincadeiras persistem, as novelas são ligadas ao faz de conta. Temos que pensar sobre isso. Transformamos possibilidade biológica em realidade cultural. Para as crianças pequenos atos dão inicio na formação do mundo simbólico. Elas internalizam aspirações do mundo em que vivem e fazem suas próprias relações. Ao brincar e imaginar constroem novos mundos e participam da cultura. Mães e professoras introduzem elementos culturais. Brinquedos estão inseridos na cultura, adultos apresentam para as crianças seus primeiros brinquedos. Adultos apresentem aquilo que consideram mais significativo. Crianças imitam os modos de usar, mas a partir de suas combinações inventam novas brincadeiras. Ao escolhermos formas, cores, tipos de brinquedo, não oferecemos apenas um objeto, mas sim um discurso simbólico. Esses brinquedos trazem narrativas. O que queremos oferecer as nossas crianças? Pergunta feita pelos adultos para escolher o quer disponibilizar as crianças. C- Para brincar é preciso um lugar para fazer brincadeiras, tempo  para inventá-la, vivenciá-la, materiais "ricos" e, de preferência muitos companheiros; Durante muito tempo, o tempo e o espaço para brincadeira foi assegurado para as crianças. Vida na cidade tem dificuldade de garantir espaços para o brincar das crianças. Francesco Tonucci aponta que os espaços da cidade tem deixado as crianças solitárias. Há um empobrecimento da experiência da brincadeira. A experiência do brincar dos adultos precisam nos fazer resistir a isso. Criar espaços para as crianças se encontrarem e brincarem. As escolas de Educação Infantil precisam ampliar e atualizar suas funções educativas. Educação Infantil é lugar onde crianças de diferentes idades se encontram e tem tempo e espaço para brincar. Diretrizes Curriculares Nacionais para a EI de 2009 reiteram a infância como período importante do desenvolvimento humano: aprender a conviver, a brincar, inventar e ser curioso, entre outros. Elementos significativos para nossa formação. Revelam uma mudança radical em relação a concepção de escola instruída pela sociedade no século XIX. Isso remete a uma mudança grande nos tempos, espaços das instituições, tornando os espaços que desafiem as crianças para o brincar. Cozinha pode também ser um espaço para o brincar, parque não é para recreação, mas um espaço de brincadeira. É preciso construir espaços de brincadeira, onde crianças possam ter contato com livros, experiências, etc. Isso exige uma outra forma de gestão da EI. Precisamos escutar mais os clássicos da EI, que foram esquecidos nos momentos em que as creches viraram escola. Que esses espaços sejam mais ricos, incitem a fantasia. Crianças de 0 a 6 anos não precisam trabalhar disciplinarmente. Os professores precisam saber disso, como as crianças constroem números, sabem sobre a natureza, etc... Esse patrimônio chega, mas não precisa chegar como disciplina, como aula de. Com materiais ricos, natureza, boa biblioteca, trabalho com música, esse patrimônio esta garantido. Mas alem de espaços e objetos, é preciso fundamentalmente tempo para brincar. Ter meia hora de parque por dia ou deixar as crianças sozinhas, sem ofertas de brincadeiras, é garantir o direito a brincadeira? É preciso tempo para brincar, um adulto que compartilhe, que saiba sobre o brincar. Professores são fundamentais para garantir uma cultura de brincar: apresentam novas brincadeiras, complexificam, outras vezes observam e vêem como as crianças prosseguem em seu brincar. Cada criança pode apresentar na brincadeira seu modo singular de ver o mundo, percebe-se através das brincadeiras a diversidade de classes, gêneros, etc. Escola que favorece a brincadeira é inclusiva. D- Brincar não se contrapõe a aprender, mas é relacionar-se com o mundo do conhecimento e aprender de modo significativo. O pensamento não é apenas individual. Nossa capacidade de pensar tem relação com co-construções. Hoje na ciência pensamos em grupos de pesquisa, construção em dialogo. Brincar é um modo de aprender coletivo e compartilhado. Aquilo que fica é aquilo que socialmente e emocionalmente tem valor para nós. Brincar forma desconstruirmos a nos mesmos como seres humanos. Terapias tem usado a brincadeira como conexão com as crianças. Brincadeiras mobilizam emoção, corpo, pensamento, tudo ao mesmo tempo. Crianças tomam iniciativas, criam narrativas, brincadeiras. Brincar cria perguntas e onde há perguntas há espaço para a construção do pensamento. Difícil convencer as famílias que a brincadeira é importante. Nossa sociedade preza muito a informação. Boaventura Souza santos, sociólogo português aponta: “o neoliberalismo é, antes de tudo, uma cultura de medo, de sofrimento e de morte para as grandes maiorias, se não se combater com eficácia, se não se lhe opuser uma cultura de esperança, de felicidade e de vida”. Escola não pode reduzir a vida das crianças a realidade como ela é. O brincar e as narrativas são instrumentos políticos, são eles que possibilitam ao outro a gentileza, a delicadeza inegociável da vida. Precisamos viabilizar na escola o direito de viver, explorar, conhecer e transformar o mundo. Instituição da Educação Infantil com alegria, esperança e vida para todos. Há a disposição natural dos seres humanos para brincar, mas se deixarmos crianças sozinhas espontaneamente, as brincadeiras serão empobrecidas. Nesse sentido, professores precisam ampliar repertórios. Nossa função é de ampliar mundos, enriquecer as brincadeiras. Brincadeiras é compreendida como deixar as crianças livres, mas organizar o currículo focado na brincadeira exige muito estudo e aprofundamento.