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domingo, 25 de novembro de 2012

Cláudia Costin, NÃO!



Alguns educadores de diversas universidades brasileiras organizaram uma petição pública repudiando a indicação de Clauda Costin para assumir a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação em Brasília. Abaixo a petição e o link para quem quiser assinar e divulgar.



Cláudia Costin, NÃO! 

A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho docente, a perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones neoliberais têm sido implementados por Cláudia Costin à frente da Secretaria Municipal da Educação na cidade do Rio de Janeiro.

Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em cadernos e apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais ampliam o abandono da educação básica da grande maioria da população, historicamente relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de Janeiro, professores, gestores e funcionários tem sido alvo de aliciação pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração extraordinária pelo desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da unidade escolar, como compensação aos baixos salários.

Não por caso, quando Ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos.

Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que seguem a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais educação básica, direito social e subjetivo, mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda do ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo, em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012,. Esta visão bastarda de educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos. Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação humana em repetições rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ideais que incorporam todos os traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias.

Delegar à administradora esse setor vital da educação brasileira é declinar de todos os embates e propostas da educação, em contraponto às políticas neoliberais dos anos 1990.

Professores, pesquisadores estudantes e suas entidades representativas vêm publicamente, protestar contra o arbítrio economicista, degradante e mutilador para a educação das gerações de jovens da educação básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil. Cláudia Costin, NÂO!

Texto coletivo dos abaixo assinados:

Dermeval Saviani –Unicamp
Mirian Jorge Warde – PUC-SP
Roberto Leher - UFRJ
Gaudêncio Frigotto – UERJ
Virginia Fontes- UFF/Fiocruz
Maria Ciavatta - UFF
Dante Henrique Moura - IFRN
Vânia Cardoso Motta - UFRJ
Eveline Algebaile – UERJ
Domingos Leite Filho. UTPr
Sônia Maria Rummert - UFF
Marise Ramos –UERJ e FIOCRUZ
Olinda Evangelista – UFSC
Domingos Leite Filho - UTPr
Laura Fonseca – UFRGS
Carmen Sylvia Morais - USP
Sônia Kruppa - USP

Os signatários


domingo, 18 de novembro de 2012

TER CONSCIÊNCIA NEGRA... VIVA ZUMBI E TODOS OS GANGAS!






É de suma importância que todos nos unamos em torno das lutas diárias do povo afro-ameríndio. No mínimo, unir forças, promover ações que edifiquem a consciência conjunta das lideranças, democratizando proposta é fortalecendo as realizações. Mas é preciso também ter cuidados, usar a consciência como fomentadora da inteligência para não fazer o jogo do inimigo, ou ser engabelado por ele no percurso da história, aliás, história essa muitas vezes deturpada ou esquecida por gente que só se enxerga em nome do seu bel prazer, etnocêntrico ou não.
Temos que ter consciência que o povo de Palmares lutou por um século nas mais adversas intempéries, no entanto, através da união, superaram a fome e o infortúnio da escravidão. Zumbi conviveu e herdou dos seus a CONSCIÊNCIA da luta pela vida, e vida com dignidade. Foi martirizado como tantos outros pelos algozes do colonialismo. Seu nome hoje resgatado como último ganga-comandante-em-chefe, inscrito no Tombo como Herói Nacional, herói do povo brasileiro.
Certamente diria Zumbi hoje: Estamos bem, estamos no caminho certo, está na hora de inculturar o necessário e politizar muito mais a luta para que nossa vitória seja completa. Temos um Estatuto da Igualdade Racial que é Lei; fomos vitoriosos sobre as cotas no STF por dez a zero, ganhamos no Senado Federal 50% das vagas para escolas públicas dentro das Universidades. Nossos cotistas provaram na pratica que são competentes nos estudos, apesar de todas as faltas de oportunidades, ou simplesmente, apesar de tudo que lhe foi negado, roubado, esteriotipado. Temos um Negro presidente do Supremo Tribunal Federal, Temos muito para refletir, analisar, fortalecer e comemorar.
É isso... Eu diria que nosso herói Zumbi quer mesmo é que fiquemos atentos como atalaias, para sermos sujeitos da história fazendo a sua parte sem esquecer o coletivo, não apenas das entidades negras, dos grupos culturais, das casas religiosas de matrizes africanas, dos quilombolas... Mas sim, de toda COMUNIDADE NEGRA E AFRO-AMERÍNDIA, sobretudo, as esquecidas nas favelas, nos lixões, nos grotões, nos cárceres, nas pedras do IML, nas esquinas sem futuro, nas salas de aula eurocêntricas, nos discursos equivocados e nas posturas egoístas.
Para que nossa CONSCIÊNCIA NEGRA seja completa precisamos enlaçar nossas mentes, nossas mãos, nossos pés e nossos corações em favor do nosso povo e em nome do Herói Nacional Zumbi dos Palmares.
AXÉ POVO DE ZUMBI! SARAVÁ N’ZAMBI!

Helcias Pereira
http://coletivoafrocaete.blogspot.com.br/


* Helcias Pereira é Membro do Mocambo ANAJÔ /APNs-AL, da Coordenação Nacional dos APNs do Brasil e Conselheiro Nacional de Promoção da Igualdade Racial / CNPIR-SEPPIR-PR  (9600-9941 – helcias.pereira@hotmail.com).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Kauan


Há um ano fiz uma pequena homenagem a um  pequenino príncipe chamado Kauan, olha ele aí, tão pequeno, tão indefeso...


Hoje volto a fazer outra homenagem pelo seu primeiro aninho de vida, desejando que você abrace o mundo e comemore a sua existência, o fato de você existir já é para seus pais algo que deve ser para sempre comemorado e que  você conserve sempre para si as energias e a sensibilidade de sua infância.

Aí está kauan com 1 ano de vida.



Kauan,

O seu tempo é mágico.
Bruxas, fadas, duendes
povoam seus sonhos.
Na sua realidade
os brinquedos ganham vida
e tanta fantasia, às vezes espanta,
nos encanta.
De seu sorriso puro,
de sua ingenuidade,
a mentira não faz parte.
Você não tem vergonha
de extravasar sua sensibilidade.
Brinca,
pula,
grita,
chora,
reclama,
abraça,
faz graça,
não guarda rancor.
Não entende a dor,
o abandono,
pois você é amor.
Sonhe criança,
cresça,
mostre ao homem
que sua lição de verdade
pode conduzir à felicidade.


Que o papai do céu te conserve assim bem peralta, porque peraltice é sinal de inteligência  e saúde, essa criança cheia de vida  inteligente e terna, que todos os seus sonhos se realizem para que você seja sempre essa criança feliz e cheia de amor para repartir com todos que lhe querem bem.



O Lúdico e a Educação Infantil





     Quando está brincando, a criança cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo no mundo dos adultos. Enquanto brinca, seu conhecimento se amplia, porque nesta atividade ela pode fazer de conta que age como os adultos agem, imaginando realizar coisas que são necessárias para operar com objetos, com os quais os adultos operam, e ela ainda não. Aí está presente o pensamento de Vygotsky (1991, p.117), o qual coloca que, “no brinquedo, a criança sempre se comporta além do que se espera de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que na realidade”. Assim, na brincadeira que é desenvolvida na Educação Infantil, a criança experimenta diferentes papéis sociais, funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos. Além de ser um espaço de conhecimento sobre o mundo externo (a realidade física e social), é na atividade lúdica que a criança também pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade interior. 
As crianças constroem normalmente o seu próprio sistema de valores morais de acordo com seu grupo social e depois internaliza, baseando-se em sua própria necessidade de confiança com as outras pessoas. Esse é um processo verdadeiramente interior; por isso se faz necessário uma prática coerente, onde os valores, as atitudes e as normas estejam presentes desde as relações entre as pessoas até a seleção dos conteúdos. As brincadeiras permitem à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas com sentimentos passagens e segundo o RCNEI (1998, p.27), “toda brincadeira é uma imitação transformada no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada”. 
Brincando a criança vai, pouco a pouco, organizando suas relações emocionais, o que vai dando a ela condições para desenvolver relações sociais, aprendendo a se conhecer melhor e a conhecer e aceitar a existência dos outros. Embora nem todas as necessidades e desejos da criança deem origem à brincadeira, e embora a criança não entenda as motivações que estão por trás de seus gestos e suas ações, o brinquedo é a atividade principal da criança em idade pré-escolar. 
A aprendizagem depende em sua maioria da integração dos fatores maturacionais, afetivos e psicomotores. As necessidades e os interesses da criança são mais importantes que qualquer outra razão para que ela se ligue a uma atividade. Ser esperta, independente, curiosa, ter iniciativa e confiança na sua capacidade de construir uma ideia própria sobre as coisas, assim como exprimir seu pensamento com convicção, são características que fazem a personalidade integral da criança, contribuindo para o seu desenvolvimento. Compreender a importância do brincar para a aprendizagem requer dos professores e outras pessoas envolvidas na educação e no cuidado das crianças  uma análise de modo efetivo e cuidadoso de suas próprias ideias sobre o brincar e o papel e status que atribuem a ele. Mas importante: elas precisam investigar e estabelecer de forma satisfatória o que significa brincar.

  REFERÊNCIAS: BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI. Brasília: MEC/SEF, 1998.  VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.  http://mariajprn.blogspot.com.br/2011/07/o-ludico-e-educacao-infantil.html.