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terça-feira, 31 de agosto de 2010

COMPETÊNCIAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL




“A proposta educativa nas escolas infantis deve ser revista...”

     As escolas infantis, os educadores e os pais possuem relação muito próxima com as crianças pequenas e, com isso, muitas vezes, julgamos que já conhecemos o mundo infantil e que elas precisam apenas de cuidados, atenção e amor. Porém, no decorrer  da infância, nos primeiros seis anos de vida, ocorrem muitas evidentes que nos permitem considerar que essa etapa faz parte da nossa cultura e que é preciso destinar um olhar atento a ela para que as crianças recebam uma boa educação.
     A educação infantil atende atualmente crianças de 0 a 5 anos. Em função da ampliação do ensino fundamental, as crianças de 5 para 6 anos, já freqüentam o 1º ano. Por essa razão, é preciso uma atenção para as que frequentam as escolas infantis, pois se antes a educação infantil tinha um caráter de prepará-las para a 1ª série, por isso denominávamos pré-escola, essa tarefa não pode contemplar as crianças ainda tão pequenas. É preciso construir uma educação voltada a faixa etária de 0 a 5 anos que potencialize e desenvolva as capacidades infantis, destinando um projeto pedagógico que atenda esse nível de ensino, com objetivos, programas bem estruturados e delineados.
     Nos últimos anos, a educação e os cuidados para a primeira infância têm sido alvo de interesse dos países membros da  Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e isso se dá em função das pesquisas demonstrarem que as experiências precoces e de qualidade em relação ao desenvolvimento cognitivo, emocional, social das crianças, logo na primeira infância, é fundamental para o sucesso na vida escolar e para a formação humana. A OCDE reconhece que o acesso das crianças à educação e o cuidado de qualidade fortalecem os fundamentos da aprendizagem para o resto  de suas vidas. Ressalta-se ainda que, paralelamente, é preciso dispor de serviços que promovam a educação e o cuidado das crianças pequenas e incentivem a igualdade de oportunidades entre as mulheres no mercado de trabalho.
     No Brasil, acompanhamos muitas tentativas e acertos de diversas políticas públicas, iniciativas de diversos grupos sociais, visando o atendimento e à educação da criança de 0 a 6 anos. Mas, é preciso ampliar esse atendimento, numa abordagem integrada e coerente da educação com o cuidado e, ainda, reconhecer programas educativos que ampliem seus objetivos, contemplando a aprendizagem, o atendimento, o apoio social e familiar.
     Precisamos trilhar um longo caminho na esperança de promovermos uma educação de qualidade para um maior número de crianças, bem como possibilitar o acesso à saúde, alimentação, um lar, uma família, entre tantas outras situações já previstas na Declaração Universal dos Direitos da Criança.
     De zero a cinco anos ocorrem grandes  mudanças no desenvolvimento da criança. Essas mudanças não se repetirão durante o seu desenvolvimento. Logo ao nascer, o ser humano necessita de cuidados básicos e mínimos, como alimentação e a garantia de horas de sono. À medida que vai se desenvolvendo, aumentam as complexidades, elas passam do âmbito relacional ao âmbito pessoal, o que leva ao aumento de sua capacidade de resposta, do uso da linguagem, de ter a necessidade de se valer de si mesmo. Lembramos que na complexidade do desenvolvimento, cada ser humano é único, tem suas peculiaridades físicas e psíquicas, pois cada um recebe, por herança genética, determinadas potencialidades que se desenvolvem conforme o ambiente.
     Na educação infantil, podemos desenvolver as habilidades da criança e potencializar o seu desenvolvimento através de várias atividades da vida  cotidiana, como brincar, realizar experiências movida pela curiosidade, ouvir música, participar de práticas culturais, etc. Tudo isso tem profundo sentido educativo.
     Isso nos sugere e indica que a proposta educativa nas escolas infantis deve ser revista para não se enfatizar a informação das várias áreas do conhecimento e a realização de atividades mecânicas em detrimento de outras que possibilitem o desenvolvimento nesse período de formação.
     Para compreendermos as aquisições que as crianças fazem no decorrer dos anos da educação infantil, é preciso ressaltar que consideramos o processo de aprendizagem fundamental nas escolas para o estabelecimento do desenvolvimento infantil.
     As escolares infantis devem buscar uma proposta curricular que tenha como propósito ajudar a criança a: desenvolver uma mente ativa e inquiridora  e a capacidade de questionar e argumentar racionalmente e dedicar-se às tarefas; adquirir conhecimentos e habilidades relevantes para a vida adulta; usar a linguagem oral e a linguagem matemática de forma efetiva, comunicando-se e interagindo; respeitar os valores morais e se adequar ás maneiras de viver e conviver com o outro; compreender o mundo em que vive a a interdependência dos indivíduos, grupos e nações; potencializar e favorecer o desenvolvimento de todas as capacidades, respeitando a diversidade e as possibilidades dos diferentes alunos; compensar as desigualdades sociais; integrar as crianças á cultura do grupo ao qual pertencem e permitir que dela participem.

Regina Shudo
  

Um comentário:

  1. Oi professsora Magnólia, bom texto, é urgente e importante mudar a proposta das escolas de educação infantil.
    Obs. Que crianças lindas!!! são alunos ou filhos?
    Vânia

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