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sexta-feira, 27 de maio de 2011

DO SILÊNCIO DO LAR AO SILÊNCIO ESCOLAR

Mais uma leitura que recomendo para quem trabalha com Educação Infantil.


DO SILÊNCIO DO LAR AO SILÊNCIO ESCOLAR é a interpretação crítica e analítica de uma pesquisa feita pela professora Eliane Cavalleiro sobre a discriminação das crianças negras em sala de aula. Os resultados são chocantes e mostram inúmeras situações de preconceito racial ocorridas durante as aulas. Esse livro é um primeiro e importante passo para que o Brasil rompa o silêncio em torno do racismo e comece a lutar para eliminá-lo de vez do sistema educacional.

... Partindo da historiografia do negro na sociedade brasileira, com o subtítulo "Racismo, preconceito e discriminação na educação infantil", o livro nos dá o mote para que entendamos os conceitos vistos, ouvidos e vividos pela autora, quando atuava em sua trincheira de observação. Logo ela nos mostra então para que veio: usando citações múltiplas de outros pesquisadores igualmente profundos, Eliane Cavalleiro adensa sua tese com muitos números e fatos. Tudo isso para que todos entendam como o negro está amalgamado nas entranhas da formação do país Brasil. E como a questão ainda melindra qualquer tipo de discussão. E mais, o quanto está coberta pela nuvem dos estereótipos.




*("Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar", de Eliane Cavalleiro - Editora Contexto, SP)
(publicado originalmente no sítio www.leialivro.com.br)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

VOCÊ CONHECE O SEU TEMPERAMENTO?



Ao detectarmos nosso temperamento, podemos ter uma noção de como melhorar o nosso convívio em sociedade, para um convívio mais equilibrado, menos conflitante, menos exigente e mais agradável. É um estudo sério, com participação de psiquiatras da PUCRS. 

Segue o Estudo da Pesquisa Bases Neurobiológicas e Tratamento de Transtornos Neuropsiquiátricos do Programa de Pós - Graduação em Biologia Molecular e Celular da PUCRS sob a orientação dos psiquiatras Gustavo Ottoni e Diogo Lara. (Caderno Vida ZH de 19.2.2011).

Temperamento é a natureza emocional da pessoa que define a qualidade de humor predominante nela ao longo da vida. O temperamento é basicamente definido por herança genética e influências externas, como criação e o ambiente onde se vive. É relativamente estável ao longo do tempo, mas pode variar um pouco com a idade ou experiências marcantes, como traumas, acontecimentos muito positivos, doenças ou uso de drogas.

Segundo os pesquisadores, o temperamento também é um indicador de predisposição a algumas doenças psiquiátricas, como depressão e bipolaridade. Quando os comportamentos extrapolam, passam a ser exagerados e começam a atrapalhar a vida social, nesse sentido, podem se tornar uma patologia.

Nem todos precisam de tratamento, as pessoas em geral se adaptam ao seu jeito de ser ao natural. É preciso tratamento quando se passa para o nível de doença e desequilíbrio. Nesses casos muitos precisam de terapia e medicamentos.

CONHEÇA OS TEMPERAMENTOS


1. EUTÍMICO:
Estável, previsível,equilibrado, com boa disposição e, em geral, sente-se bem consigo mesmo.
2. OBSSESSIVO:
Rígido, organizado, perfeccionista, exigente, lida mal com erros e dúvidas.
3. ANSIOSO:
Preocupado, cuidadoso, inseguro, apreensivo e não se arrisca.
4. CICLOTÍMICO:
Humor imprevisível e instável (altos e baixos), muda rapidamente ou de maneira desproporcional.
5. HIPERTÍMICO:
Sempre de bom humor, confiante, adora novidades, vai atrás do que quer até conquistar e tem forte tendência à liderança.
6. DEPRESSIVO:
Com tendência à tristeza e à melancolia, vê pouca graça nas coisas, tende a se desvalorizar, não gosta de mudanças e prefere ouvir a falar.
7. IRRITÁVEL:
Sincero, direto, irritado, explosivo e desconfiado.
8. EUFÓRICO:
Expansivo, falante,impulsivo, exagerado, intenso, não gosta de regras e rotinas.
9. DESINIBIDO:
Inquieto, espontâneo distraído, deixa as coisas para a última hora.
10. DISFÓRICO:
Tende a ficar tenso, ansioso, irritado e agitado ao mesmo tempo.
11. VOLÁTIL:
Dispersivo, inquieto desligado e desorganizado, precipitado, muda de interesse rapidamente, tem dificuldade em concluir tarefas,
12. APÁTICO:
Lento, desligado, desatento, não conclui o que começa.

HOMENS EUFÓRICOS:

O temperamento eufórico apareceu com mais frequência entre os homens. Pessoas que se enquadram nesse perfil são expansivas, falantes, impulsivas e não gostam de seguir regras ou rotinas. Tendem a infringir mais regras e ter comportamentos irresponsáveis como exceder o limite de velocidade dirigindo – afirma o psiquiatra Gustavo Ottoni.

MULHERES INSTÁVEIS:

Esse perfil ciclotímico ocorre mais em mulheres, segundo o psiquiatra integrante da equipe – Ottoni. Pode ser por causa da variação hormonal, devido ao ciclo menstrual que afeta comportamentos e emoções, porém não há uma resposta exata.

OMAIS POSITIVOS:

Os perfis mais positivos são o Eutímico e o Hipertímico. As características desses temperamentos são as que menos apresentam riscos de desenvolvimento de patologias psiquiátricas.

Segundo o psiquiatra Diogo Lara, as pessoas que preferem a noite, geralmente se enquadram nos perfis mais instáveis, enquanto os que preferem a manhã tendem a ser mais regrados.

A pesquisa mostrou também que, quanto maior a preferência pela noite, menor é a capacidade de organização, cautela e foco. Isso só é amenizado nas últimas horas do dia, quando a pessoa apresenta maior energia. Essas características também estão associadas a maior criatividade, em geral, enquanto os matutinos são os tipos mais organizados, mais certinhos.

Até os 20 anos, há uma clara preferência pela noite, com baixa energia pela manhã. Essa preferência decai até os 40 anos. A partir dos 50 anos, a tendência é de que a pessoa sinta mais disposição nas primeiras horas do dia. Quanto mais energia se tem pela manhã, mais cedo se acorda. Claro que são dados populacionais, é um movimento de grupo. Alguns indivíduos podem ser noturnos a vida inteira – conclui o psiquiatra.



sábado, 14 de maio de 2011

Livro que inspira

“A educadora Jill Mullin lançou um livro com desenhos, pinturas e colagens criadas apenas por portadores de autismo. Drawing Autism reúne obras de mais de 50 autistas pelo mundo, de anônimos a artistas já profissionais, como Gregory Blackstock, Jessica Park e Ping Lian Yeak.
A ideia de Mullin surgiu quando conheceu Glen, um jovem portador de autismo que adorava desenhar. Com isso, a educadora passou a procurar outros desenhos feitos por autistas e descobriu verdadeiras obras de arte. Assim, decidiu montar um livro que reunisse tudo isso.
Ao conseguir uma editora para publicá-lo, a Mark Batty Publisher, Jill Mullin trabalhou junto a grupos e instituições de apoio ao autismo para encontrar as pinturas que preencheriam as páginas do livro. Assim, pessoas do mundo todo passaram a enviar seu trabalho para Mullin, que selecionou 54 entre os mais de 300 que recebeu.
Além dos desenhos, o livro de 160 páginas traz também entrevistas com os autores, que possuem diferentes idades. Parte da renda arrecadada com sua venda será doada a uma série de instituições que apoiam a arte e o autismo.” [Revista Galileu]
A Revista Época divulgou algumas destas pinturas.  
 
Leap Years, por Emily L. Williams
Vogels (Birds in Dutch), por David Barth (10 anos), em 2008

 
 
Postado porJosane Mary /josanemary.wordpress.com

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mães Más



08 de maio - DIA DAS MÃES


O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula para que entregassem à seus pais. A única condição solicitada pelo mesmo, foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura. Nos dias de hoje, sementes plantadas como a deste professor, creio que devem ser repassadas, afinal, o futuro pertence às nossas crianças e somos nós que as orientamos para a vida! Boa leitura à todos!



Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:
- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci. Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
- "Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde estávamos à toda hora (ligava no nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia, que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como ela foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!

Dr. Carlos Hecktheuer

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Edgar Morin e os sete saberes




Para Edgar Morin os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo, escolar ou universitário, mas abordam problemas específicos para a educação. Morin se refere aos sete saberes como os setes buracos negros da educação.
 O primeiro buraco negro diz respeito ao "conhecimento". Naturalmente, o ensino fornece conhecimento, fornece saber. Porém, apesar de sua fundamental importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento. Sabemos que os maiores problemas neste caso são o erro e a ilusão, porque o conhecimento não é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução.
            Edgar Morin exemplifica dizendo:
   "Mesmo no fenômeno da percepção, através do qual os olhos recebem estímulos luminosos    que        são transformados, decodificados, transportados a um outro código, que transita pelo nervo ótico, atravessa várias partes do cérebro para, enfim, transformar aquela informação  primeira em percepção." (Edgar Morin, 2007. p.81)
 A partir desse exemplo podemos concluir que a percepção é uma reconstrução. Desse modo, a percepção e o conhecimento não são fotografias do mundo exterior e sim uma tradução seguida de uma reconstrução. É necessário ensinar que o conhecimento comporta sempre riscos de erros e ilusões, e tentar mostrar quais são suas raízes e causas.
Para ensinar àqueles que irão se defrontar com o mundo onde tudo passa pelo conhecimento, pela informação veiculada em jornais, livros, manuais escolares, internet o professor deve estar muito bem preparado, porque é o professor quem deve mostrar aos seus alunos todos os gêneros textuais e suas características para que o aluno tenha uma melhor compreensão das informações presentes no texto. E isso, na realidade escolar não é o que acontece, pois conforme entrevista com a professora de 5ª série, ela trabalha apenas textos figurativos para melhor trabalhar a gramática, sendo que é consciente de que seus alunos leem reportagens, usam a internet, leem charges, mas não sabem que cada gênero textual tem uma finalidade e uma intencionalidade algo que é de fundamental importância, nos dias de hoje, o aluno saber.
O segundo buraco negro é o "conhecimento pertinente". Segundo Morin um conhecimento não é pertinente porque contém uma grande quantidade de informações. Ao contrário disso, nos damos conta que, frequentemente, somos submergidos pela quantidade de informações transmitidas pela televisão. Além disso, o verdadeiro problema não é o da informação quantitativa, mas o da organização da informação.  
Por isso o professor precisa de formação para ser capaz de trabalhar e organizar as informações que compartilham com seus alunos, pois os alunos estão sem orientação para o manejo das tecnologias de informação, como por exemplo: a internet. Mas o que ocorre nas escolas é uma preocupação por parte dos professores em "vencer" o conteúdo e a avaliação é o modo de verificar se o aluno decorou tudo e se conseguiu o professor sente-se realizado, pois "venceu" o conteúdo não se importando, assim, com a qualidade do ensino.
Segundo Edgar o ensino realizado por meio de disciplinas fechadas nelas mesma atrofia a atitude natural do espírito para situar e contextualizar. Temos, portanto, a necessidade de ensinar a pertinência, ou seja, um conhecimento simultaneamente analítico e sintético das partes realizadas ao todo e o todo religado as partes.
O terceiro buraco negro é a "condição humana". De acordo com Morin, em nenhum lugar é ensinado o que é condição humana, ou seja, nossa identidade de ser humano. O auto-conhecimento de si pode começar quando a reflexão nos objetiva em relação a nós mesmos. O imediato em si não permite o ato de conhecer e isso porque uma certa distância se faz necessária. O conhecimento da condição humana não se resume às ciências, contrariamente ao que se diz. A literatura e a poesia desempenham um grande papel nesse conhecimento, pois fala de nossas vidas, paixões, emoções, sofrimentos, alegrias, das relações com o outro e tudo isso é subjetivo e importante para o nosso próprio conhecimento. A escola trabalha essa subjetividade nas obras, mas não propõe uma reflexão sobre a condição humana.
O quarto buraco negro é a "compreensão humana". Nunca se ensina sobre como compreender uns aos outros. A palavra compreender vem do latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos. Mas a compreensão humana vai além disso, porque, na realidade, ela comporta uma parte de empatia e identificação. O que faz com que se compreenda alguém que chora, por exemplo, não é analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado da dor, da emoção. Por isso, é preciso compreender a compaixão, que significa sofrer junto. É isto que permite a verdadeira comunicação humana.
O quinto buraco negro é a "incerteza". Apesar de, nas escolas, ensinar-se somente as certezas, como a gravitação de Newton, atualmente a ciência tem abandonado determinados elementos mecânicos para assimilar o jogo da certeza e incerteza. Essa incerteza é uma incitação à coragem. A aventura humana não é previsível, mas o imprevisto não é totalmente desconhecido. Somente agora se admite que não se conhece o destino da aventura humana. È necessário tomar consciência de que futuras decisões devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer estratégias que possam ser corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e das informações que se tem. A escola trabalha somente as certezas não admite o erro, sendo que é a incerteza que faz o ser humano buscar o conhecimento.
O sexto buraco negro é "A era planetária". Segundo Morin esse fenômeno que estamos vivendo hoje, em que tudo está conectado, é um aspecto que o ensino ainda não se importou, assim como o planeta e seus problemas a quantidade de informações que não conseguimos processar e organizar. Sendo de extrema importância que a escola se envolva com esses problemas para auxiliar seus alunos a organizar as informações. Esse ponto é importante porque existe, neste momento, um destino comum para todos os seres humanos. O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça ecológica, a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não conduziu ainda nenhuma decisão efetiva. Por isso, faz-se urgente a construção de uma consciência planetária.   
O último buraco negro segundo Morin é "A Antropo-ética". Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas responsabilidades pessoais), além de desenvolver a participação social (as responsabilidades sociais), ou seja, a nossa participação no gênero humano, pois compartilhamos um destino comum. E hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se desenvolver uma ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos e começar, talvez, a civilizar a terra.
De acordo com o Plano Político Pedagógico da maioria das escolas a avaliação é desenvolvida de forma contínua, sistemática e cumulativa respeitando as características individuais, pois cada um aprende em tempo e ritmos diferentes. O conhecimento não é produto acabado e sim um processo que está sendo reformado, repensado e se adequando a nossa realidade. A avaliação é qualitativa e quantitativa (regime da escola), mas sempre se procura avaliar o aluno como um todo e não somente pelas notas obtidas pelas provas.
Percebe-se na pesquisa realizada que algumas escolas fragmentam o educando, pois na avaliação de Língua Portuguesa o professor objetiva apenas diagnosticar se os conteúdos vistos em suas aulas foram assimilados. Mas não tem uma aplicabilidade dos resultados para a vida e sim apenas para saber se a professora conseguiu o resultado de suas matérias. Sendo assim, a avaliação não está de acordo com os sete saberes de Edgar Morin.
Os sete saberes são essenciais ao ensino, porque tudo está integrado para permitir uma mudança de pensamento; para que se transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade. Essa visão fragmentada faz com que os problemas permaneçam invisíveis para muitos, principalmente para muitos governantes.
Evidentemente, o ensino fornece conhecimento, fornece saber. Por isso, é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Percebe-se então que é de fundamental importância que o professor quando pede uma construção textual para seu aluno que faça a correção e devolva ao seu aluno para que ele possa refazer, porque é na reconstrução que irá perceber seus erros e assim aprender, pois é errando e consertando nossos erros que aprendemos.
Com isso podemos afirmar que o desafio do professor na sua atuação docente está em ser um mediador do processo de reconstrução do conhecimento. Ele precisa possibilitar o acesso às ferramentas necessárias para que o aluno possa elaborar uma nova forma de compreensão de sua prática social e de seus vínculos com a prática social global.
 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios, 4 ed. – São Paulo: Cortez: 2007.