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quarta-feira, 16 de março de 2011

As cem linguagens (poema)

” A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar. Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois, cem, cem, cem), mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos, de fazer sem a cabeça, de escutar e de não falar, de compreender sem alegrias, de amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir o mundo que já existe e de cem, roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia, a ciência e a imaginação, o céu e a terra, a razão e o sonho, são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe: que as cem não existem. A criança diz: ao contrário, as cem existem".

Loris Malaguzzi

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acolhimento e Adaptação na Educação Infantil





Diretores, coordenadores pedagógicos e educadores sua escola tem um projeto cuidadosamente elaborado para melhor acolher as crianças no início do ano letivo? Como o período de acolhimento e adaptação acontece na sua escola? Qual a importância em amenizar a ansiedade das crianças e famílias nos primeiros dias de convivência?

Para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte, para sempre de recordações pouco agradáveis, é o que consideram alguns psicólogos. Esse período pode gerar stresse nas crianças, famílias e profissionais da educação.
È comum neste período algumas crianças chorarem, afinal, um ambiente totalmente novo pode causar insegurança, desconforto e até mesmo rejeição. Como atender com atenção e carinho as crianças que demonstram tais sentimentos? Se recebermos todas as crianças de uma só vez é possível dar atenção a quem está chorando sem "descuidar" do restante da turma? São estes cuidados que merecem toda atenção dos educadores para que se inicie uma relação de convivência mais saudável, feliz e promissora.

As famílias também ficam na expectativa para  ver como sua criança irá reagir diante ao contato com alguém "desconhecido". Quando percebem que os educadores não querem disputar ou roubar-lhes o seu lugar e sim apenas, contribuir na educação da criança em outro ambiente ( o escolar) o sentimento de parceria toma  o lugar da insegurança.
 

Segundo Cisele Ortiz qual a relação que existe entre
 adaptação e acolhimento?
A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. “Depende também da forma como é acolhida.”

“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”

Cada instituição (Creche-CEI, EMEI e EMEF) deve levar em consideração o período de permanência que a criança fica diariamente na escola para organizar o calendário do acolhimento e mais importante ainda a especificidade de cada faixa etária. Para as famílias com crianças de 0 a 3 anos de idade a ansiedade é ainda maior. Boas iniciativas desde os primeiros momentos que a criança chega a instituição é essencial para processo de adaptação dos bebês.

Deixar que eles tragam seu bichinho ou seu objeto de apego colabora bastante para diminuir o estranhamento a um ambiente diferente do familiar.

Os cantos de atividades diversificadas é uma das modalidades oraganizativas do brincar bastante interessante para este período, podendo se organizado para receber as crianças, assim, quando elas chegam algo  legal e convidativo está a sua espera.

PROJETO INSTITUCIONAL (porque envolve todas as pessoas da escola).
Sugestão de organização
Em Novembro
Reunião entre os gestores (Direção e Coordenador Pedagógico)
Objetivos:
• Conhecer mais sobre a importância do acolhimento e adaptação na educação infantil.
• Avaliar como o acolhimento é realizado na unidade educacional.
• Conversar sobre quem são as crianças e famílias que a escola atende e como participam dos projetos desenvolvidos na escola.
• Pensar em propostas de planejamento para melhor acolher no início do ano letivo.
• Separar material de apoio para formação de todos os educadores.
• Estabelecer parceria com a supervisão escolar.
• Planejar e organizar pauta para formação com os professores e funcionários.

Em Dezembro
Encontro de formação com todos os educadores para:
• Avaliar do acolhimento realizado na unidade educacional.
• Leitura de textos de apoio e matérias que possam esclarecer melhor a importância de acolher.
• Levantar propostas para acolher melhor as crianças no próximo ano à luz das teorias estudadas.
• Elaboração do pré - projeto: Acolhimento e adaptação na educação infantil

Em Janeiro
Gestores planejem e organizem o acolhimento dos professores e funcionários.
Objetivos:
• Acolher melhor os educadores.
• Estabelecer vínculos afetivos entre os educadores recém chegados e os que já trabalhavam na unidade educacional.
• Vivenciar a importância de ser acolhido com carinho e respeito.

Em Fevereiro
Durante a semana de planejamento:
• Retomada da conversa sobre o acolhimento e adaptação das crianças.
• Apresentação (principalmente aos educadores recém chegados) e análise do pré- projeto elaborado no ano anterior.
• Levantamento dos encaminhamentos pedagógicos e técnicos para a ação.
 
Pensar sobre:

1. Como cada segmento da escola (merendeira, professor, porteiro, agente de limpeza, secretária, inspetor de alunos e etc) participará?
2. O que será planejado como atividade? Como os espaços serão organizados para receber as crianças e as famílias?
3. Como as crianças com necessidades educacionais especiais e as famílias participarão?
4. Qual o período de duração?
5. Como será a reunião de pais no primeiro dia de escola? Como sensibilizá-los para que possam participar do acolhimento? Quantos dias quem cuida da criança participará? A entrega do folder aos pais será em qual momento?
6. Quantas crianças serão atendidas por vez? Qual o tempo de permanência nos primeiros dias e nos dias subsequentes? Como será na volta do feriado prolongado (carnaval)?
7. Como acolher as crianças que são matriculadas em diferentes épocas do ano?
8. Quais instrumentos de registros (fotos, filmagem, registro escrito e etc) serão utilizados para avaliar o projeto?
• Elaboração do projeto final.



Bete Godoy
http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com/

Como fazer uma boa adaptação no berçário

O acolhimento nos primeiros dias da Educação Infantil requer atenção redobrada com os bebês. Mas crianças inseguras e pais angustiados não precisam ser o retrato do início dos pequenos na creche.
Preparação e parceria com a família são fundamentais para assegurar uma adaptação tranquila aos bebês que vão à escola pela primeira vez.
 Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da separação iminente. Esse não precisa ser o retrato do início dos pequenos na creche. É possível diminuir o desconforto e proporcionar uma adaptação tranquila e saudável para os bebês e sua família. A fase de acolhimento na Educação Infantil é diferente para cada faixa etária e requer atenção redobrada com bebês de até 2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles: a convivência com outras crianças e adultos (além do círculo mais próximo), as brincadeiras com a areia... 

O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em Psicologia e coordenadora de assistência social da Creche Carochinha, ligada à Universidade de São Paulo (USP). 

Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança. "É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição", diz Ana Charnizon, educadora da UMEI Aarão Reis, em Belo Horizonte. Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais. Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes. 

Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura da água do banho, sim. 

Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o bebê se acostume à rotina na creche. (...)
Aqueles que quiserem ler o texto na íntegra, é possível fazê-lo no link:

quinta-feira, 3 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher!!!


ALMA DE MULHER!!!
























Nada mais contraditório do que ser mulher...
Mulher que pensa com o coração,
age pela emoção e vence pelo amor.
Que vive milhões de emoções num só dia
e transmite cada uma delas, num único olhar.
Que cobra de si a perfeição
e vive arrumando desculpas
para os erros daqueles a quem ama.
Que hospeda no ventre outras almas,
dá a luz e depois fica cega,
diante da beleza dos filhos que gerou.
Que dá as asas, ensina a voar
mas não quer ver partir os pássaros,
mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.
Que se enfeita toda e perfuma o leito,
ainda que seu amor
nem perceba mais tais detalhes.
Que como uma feiticeira
transforma em luz e sorriso
as dores que sente na alma,
só pra ninguém notar.
E ainda tem que ser forte,
pra dar os ombros
para quem neles precise chorar.
Feliz do homem que por um dia
souber entender a Alma da Mulher!

(Achei na net, se alguém conhecer o autor, ajude-me a dar os devidos créditos). 




terça-feira, 1 de março de 2011

QUEM AMA PERDOA.

 Todos nós, quando estamos apaixonados, tendemos a acreditar que a pessoa amada é perfeita, que ela jamais seria capaz de fazer algo sem que soubéssemos e que pudesse nos magoar. Mas isso não é verdade por um único e óbvio motivo: somos seres em evolução e todos, absolutamente todos nós, erramos e magoamos aqueles que mais amamos... 
E isso me faz lembrar de uma frase citada no filme Proposta Indecente:
Pensei que fôssemos invencíveis.
Mas se ficamos juntos,
não é porque esquecemos
o que fizemos um ao outro,
e sim porque perdoamos!


Creio que essa seja uma das maneiras de perdoar! Esquecer é impossível, mas perdoar faz parte do amor que sentimos por uma pessoa e, acima de tudo, por nós mesmos. Sendo assim, podemos chegar a duas conclusões distintas:
- ou que merecemos nos dar mais uma chance porque conseguimos superar um acontecimento desagradável e continuar a relação em nome do amor;
- ou que o melhor é terminar o relacionamento e recomeçar a vida de uma outra forma, pois não nos sentimos em condições de levar adiante algo que já não faz feliz mais ninguém...

Ou seja, perdoar não significa necessariamente continuar juntos, mas significa que o amor pode transcender a raiva e o orgulho e dissolver a incompreensão. Como se conseguíssemos nos tornar maiores e mais fortes diante da sensação de termos feito a nossa parte, diante da certeza de que demos o nosso melhor e tentamos tudo o que podíamos para nos fazer felizes.

Muitas vezes, o relacionamento acaba, mas o amor continua pulsando forte. Outras vezes, o amor sucumbe e vai se tornando menor que o desejo de juntar os pedaços, de colar os cacos do que sobrou... E outras vezes, ainda, é preciso morrer para renascer!

Enfim, a vida é feita de ciclos e o Universo é perfeito. Tudo está em seu devido lugar e acontece exatamente como tem de acontecer. Precisamos apenas aprender a aceitar, a receber e absorver a sabedoria divina, por mais difícil que seja - e realmente é. Mas o tempo, o amor e o perdão possibilitam a superação da dor.

Como diz a música de Toquinho (Aquarela):
O futuro é uma astronave que tentamos pilotar.
Não tem tempo, nem idade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença, muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar...


E por acreditar nisso, descubro a cada dia o quanto vale a pena acreditar no amor, o quanto podemos ser mais e melhores ao investirmos em nossa capacidade de entender as limitações do outro, de compreender as dificuldades e os deslizes da pessoa amada, mesmo que já não faça sentido continuar com ela... Porque todos nós temos limitações, dificuldades e cometemos erros.

E porque aprendi, certa vez, que todos nós, por mais equivocados que estejamos, sempre tomamos atitudes baseados numa intenção positiva: a de sermos felizes. E o que mais podemos desejar para a pessoa que amamos, senão que ela seja muito feliz?!

 :: Rosana Braga ::