Quando está
brincando, a criança cria situações imaginárias em que se comporta como se
estivesse agindo no mundo dos adultos. Enquanto brinca, seu conhecimento se
amplia, porque nesta atividade ela pode fazer de conta que age como os adultos
agem, imaginando realizar coisas que são necessárias para operar com objetos,
com os quais os adultos operam, e ela ainda não. Aí está presente o pensamento
de Vygotsky (1991, p.117), o qual coloca que, “no brinquedo, a criança sempre
se comporta além do que se espera de sua idade, além de seu comportamento
diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que na realidade”. Assim, na
brincadeira que é desenvolvida na Educação Infantil, a criança experimenta
diferentes papéis sociais, funções sociais generalizadas a partir da observação
do mundo dos adultos. Além de ser um espaço de conhecimento sobre o mundo
externo (a realidade física e social), é na atividade lúdica que a criança
também pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua
realidade interior.
As crianças constroem normalmente o seu próprio sistema de
valores morais de acordo com seu grupo social e depois internaliza, baseando-se
em sua própria necessidade de confiança com as outras pessoas. Esse é um
processo verdadeiramente interior; por isso se faz necessário uma prática
coerente, onde os valores, as atitudes e as normas estejam presentes desde as
relações entre as pessoas até a seleção dos conteúdos. As brincadeiras permitem
à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas com sentimentos passagens e segundo o RCNEI (1998, p.27), “toda
brincadeira é uma imitação transformada no plano das emoções e das ideias, de
uma realidade anteriormente vivenciada”.
Brincando a criança vai, pouco a
pouco, organizando suas relações emocionais, o que vai dando a ela condições
para desenvolver relações sociais, aprendendo a se conhecer melhor e a conhecer
e aceitar a existência dos outros. Embora nem todas as necessidades e desejos
da criança deem origem à brincadeira, e embora a criança não entenda as
motivações que estão por trás de seus gestos e suas ações, o brinquedo é a
atividade principal da criança em idade pré-escolar.
A aprendizagem depende em
sua maioria da integração dos fatores maturacionais, afetivos e psicomotores.
As necessidades e os interesses da criança são mais importantes que qualquer
outra razão para que ela se ligue a uma atividade. Ser esperta, independente,
curiosa, ter iniciativa e confiança na sua capacidade de construir uma ideia
própria sobre as coisas, assim como exprimir seu pensamento com convicção, são
características que fazem a personalidade integral da criança, contribuindo
para o seu desenvolvimento. Compreender a importância do brincar para a
aprendizagem requer dos professores e outras pessoas envolvidas na educação e
no cuidado das crianças uma análise de modo efetivo e cuidadoso de
suas próprias ideias sobre o brincar e o papel e status que atribuem
a ele. Mas importante: elas precisam investigar e estabelecer de forma
satisfatória o que significa brincar.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil –
RCNEI. Brasília: MEC/SEF, 1998. VYGOTSKY, L. S. A formação
social da mente. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. http://mariajprn.blogspot.com.br/2011/07/o-ludico-e-educacao-infantil.html.
Bom post, isso é mesmo o que se observa, brincar é fundamental para a criança!
ResponderExcluirAbraços amiga!