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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Desenvolvimento Social da Criança entre os 0 e os 3 anos.



Como seres sociais que somos necessitamos dos outros para sobrevivermos em sociedade, de tal modo que, criamos laços por influência de estados emocionais.
Apesar desta necessidade acreditou-se, por muitos anos, que os recém-nascidos expressavam a excitação geral como único estado emocional (as outras emoções só se desenvolveriam mais tarde e o estabelecimento de relações mais coesas seria insignificante com a ausência de aprendizagem de outro tipo de emoções).
Porém, na atualidade, acredita-se que alguns estados emocionais básicos são inatos e os restantes desenvolvem-se ao longo dos primeiros 12 meses de vida. O bebé com alguns meses de vida já consegue expressar afeição e aborrecimento, possuindo por fim a capacidade de estabelecer relações e adaptar-se ao ambiente que o rodeia. Todas estas capacidades permitem-lhes um mais largo “espectro de acção” sobre os adultos, possibilitando à criança chamar e manter a atenção dos pais (agentes de socialização primários). 
Assim existem inúmeras emoções, que nos vão assolando ao longo da vida, mas a forma de exprimi-las limita-se a alguns trejeitos musculares, principalmente do rosto (o erguer do sobrolho, o enrugar da testa, o "beicinho" que as crianças tanto usam para conseguir alguma coisa que querem, etc...) O sorriso e o choro são as expressões mais usadas para expressar sentimentos e emoções. 
Nos lactentes o choro é um reflexo que resulta de uma resposta normal e involuntária a um estímulo. As crianças mais velhas e os adultos choram por razões emocionais, tais como a dor, o medo, a tristeza, ou a vergonha. O choro é a primeira forma de comunicação verbal do bebé e pode ser interpretado como uma mensagem de urgência ou angústia.
Os bebés podem chorar muito nos primeiros meses de vida, mas desconhece-se a razão pela qual o fazem, mas muitas pessoas acreditam que o pode ser um reflexo do desenvolvimento normal do sistema nervoso central.
O choro na infância resulta mais de um mal-estar físico do que de sentimentos de tristeza. Apesar de não ser um fator que proporcione muitas interações, o choro é importante no desenvolvimento da criança e dos laços que a unem aos pais.


« - Quando estás a escrever a lista dos milagres da vida, deves escrever entre os mais importantes o primeiro momento que o teu bebé sorri para ti....(...)As noites sem dormir, as preocupações, os choros... e de repente tudo isto valeu a pena...(...)» 


Este é o relato de Bob Greene (numa entrevista de Bob Greene, a um jornal, sobre Amanda de 7 semanas de idade, 1984, pp. 33-34), um pai “babado”, para quem o sorriso da filha vale por tudo.
O sorriso é dos aspectos mais importantes do desenvolvimento emocional e social, (nos primeiros seis meses de vida da criança) reforçando a vinculação aos pais, desenvolvendo-se por meio de uma série de mudanças maturacionais. Assim, com poucas semanas os recém-nascidos apresentam ligeiros trejeitos nos cantos da boca, (relativos a alterações no sistema nervoso) identificáveis como sorriso (ocorrem normalmente durante o sono) – sorriso endógenio. Com duas ou três semanas o sorriso torna-se mais «aberto» e envolve mais músculos da cara, como consequência da estimulação externa, como festinhas – sorriso exogénio.
Pelas 6 a 8 semanas o sorriso patente em conformidade com a presença dos pais, demonstra ser um sorriso «largo», envolvendo toda a cara – sorriso social. 
Ao longo do seu desenvolvimento o riso torna-se numa gargalhada. O riso é mutuamente um reforço e uma forma de trazer sentimentos positivos entre o bebé e os outros seres sociais. As interações sociais não se esgotam nas emoções que dão sentido às inter-relações. As interações entre crianças e adultos são primordiais no desenvolvimento infantil.
A brincadeira é o veículo primário para o desenvolvimento das inter-relações. A brincadeira é uma catapulta para muitas das respostas emocionais nas crianças pequenas, possibilitando-lhes uma oportunidade de experimentar as emoções, de aprender sobre o mundo em seu redor, de se aperceber dos sentimentos e emoções dos outros, e agir de acordo com estes. Mas as brincadeiras não ocorrem antes dos dois primeiros anos de vida. Nesta faixa etária, as crianças mudam de respostas sensório-motoras, tais como correr ou bater com um martelo de madeira, para brincadeiras mais simbólicas e solitárias, como fazer de conta que está a dirigir um carro ou trocar as fraldas de uma boneca
Assim as primeiras brincadeiras do bebé são muito egocêntricas envolvendo, maioritariamente, movimentos descoordenados dos vários membros. Assim, à medida que a criança vai tendo mais controle do seu corpo, explora mais ao nível do conhecimento das diversas partes do corpo como instrumentos úteis ao seu dispor para exercer ações sob objetos exteriores. Ainda assim, a brincadeira não proporciona muitos momentos de "comunicação". 
As interações criança – criança não acontecem ainda nesta fase devido a certos fatores como: a inexistência de coordenação motora, de comunicação verbal, de centralidade cognitiva e descentralização.
Aos doze meses, as crianças interagir com os outros, e já que a sua natureza se torna egocêntrica e impulsiva, as suas relações demonstram ser intensas emocionalmente, conduzindo-as, muitas vezes a atos de agressividade. Mas estas respostas negativas ajudam-nas a compreender o seu mundo emocional, dando-lhes a oportunidade de ganhar autocontrole ao nível de sentimentos negativos. 
Com ano e meio, as crianças demonstram mais interesse por brinquedos e objetos do que pelos que a rodeiam, apesar de já reconhecerem o seu próprio “eu” e os outros como seres independentes. 
Embora não mostrem interesse umas pelas outras muitas vezes aproximam-se e imitam-se mutuamente, trocando sorrisos, abraços, carinho e afeto.
Após os dois anos, as interações sociais entre crianças tornam-se mais positivas e primordiais, dando início aos processos de cooperação, de modo a fornecer um ambiente propício à manutenção das relações sociais (amizades). Ao fim dos 3 anos a criança já é capaz de interagir, tanto com o seu grupo de pares como com pessoas de outras faixas etárias.


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