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terça-feira, 10 de abril de 2012

Mais uma bela CRÔNICA de Taís Luso.


CRIANÇAS PRECISAM DE LIMITES



Dias atrás, estava sintonizada num programa americano chamado Super Nanny - no canal GNT. O programa mostra filhos 'problemas',  e que acabam por infernizar a vida dos pais - tudo muito louco. Este programa mostra o trabalho de uma profissional da educação, que vai à casa de casais desesperados, para lhes ensinar a educar seus filhos – coisa que até então não aconteceu. O drama já começa por aí: pais que não têm noção nenhuma de coisa alguma. É necessário passarem pelo básico: 'O vovô viu a uva...'

Após ver o horror que se passa entre esses pais e filhos, Nanny começa um trabalho para reverter o caso, monitorando as atitudes das famílias por 24 horas, pelo seu computador. Depois disso vem toda uma conversa, mostrando os erros dos pais no quesito disciplina, obediência, etc. Nesse ponto já se começa a ver as aberrações dos pais; das crianças nem falo, tornaram-se incrivelmente rebeldes.

Putz, mas que crianças... O último programa que vi, dava pena: um dos filhos, lá pelos seus 5 anos, conduzia a vida do casal: dava pontapés no pai, tapas no rosto da mãe... Fazia  e acontecia.  

Nessa hora pensei cá com meus botões: 'Ah, como eu gostaria de ser mãe desse garoto...' Parecia que o menino estava pedindo para ser educado: 'me eduquem porque vou ficar insuportável!'

Chegou um momento que começou um jogo com as crianças: conforme o desempenho de boa conduta, iam colocando 'estrelinhas' num quadro, para mais tarde serem premiadas com algo que gostassem. Que coisa; eu nunca tinha visto aquilo! Coisa do tipo: faça o que quero que ganhará um docinho. Nossa Senhora dos Aflitos...

Confesso que esse método não me convenceu. Nós, crianças de gerações passadas, não fomos educados assim, com essa liberdade e insegurança dos pais. De minha parte nunca recebi estrelinhas ou balinhas por me comportar dentro dos padrões exigidos por meus pais: me comportava porque tinha pais que mandavam, havia uma hierarquia familiar: tinha os que mandavam e os que obedeciam; alguém tinha de pilotar aquela navio, transatlântico, seja lá o que for; filhos não podem ser criados soltos. E não fiquei nada infeliz e nem com traumas.

Pais não podem ser omissos e frouxos. A passividade na educação é uma atitude inadmissível. Realmente eu fiquei sem saber se o mais doente ali eram as crianças ou os pais. É triste de se constatar o despreparo dos pais. Cadê o comandante do barco? Sem comandante a coisa anda à deriva, vai se arrastando até afundar. Se educando, a coisa já não fica 100%, imaginem largando, dando aquela liberdade desassistida - que os filhos adoram.

Atualmente o que mais se vê são crianças baterem pé em supermercados, gritarem em lugares públicos, correrem entre as mesas dos restaurantes ou abrindo a goela seja onde for. Falta aí uma atitude, um 'Não' com convicção, soletrado e com firmeza. É de irritar ver uma criança berrar, armar um circo e seus pais ali, uns pamonhas sem nenhuma atitude. Falta o tal  'endurecer com ternura...'

Filhos sentem quando podem dominar o meio de campo. Mas incutir valores afetivos e morais, dar amor, cuidar, estabelecer limites e fazer com que tenham responsabilidades é primordial; ter responsabilidades não é  trabalho escravo.

A criança tem de aprender que ela só se dará bem se respeitar e for respeitada. E esta tarefa, e outros tantos valores são responsabilidades dos pais.
É difícil, mas não tem outro jeito. É o que penso.
Tais Luso de Carvalho

2 comentários:

  1. Boa postagem, estou sempre de olho no seu blog.
    Sobre a postagem gostaria de citar WALLON quando ele diz "a criança precisa de um adutlto socializado, pra ser inserida no social".
    Assim muitos pais os tais adultos estão deixando as crianaças por elas mesmas, quando não da escola. Ai as crianças são preversas e crescem assim. Elas precisam ser civilizadas, por quem é civilizado. Até mais e parabéns por teu Blog.

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  2. Obrigada João.
    Seria importante e necessário que qualquer adulto lesse e entendesse Wallon, só assim aprenderiam a lidar bem com uma criança.
    Wallon é indispensável especialmente para um pedagogo.
    Obrigada pela visita.
    Um abraço

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