A
notícia do assassinato de um diretor de escola por um aluno adolescente, de 15 anos, em Nova
Andradina, chocou a sociedade e ligou o sinal de alerta! Quem são esses alunos?
Filhos de quem? Que educação recebem? De quem? Como? Por quê?! Que indivíduo é esse que estamos formando?!
Sabemos que a EDUCAÇÃO é o processo pelo
qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses. É,
pois, um processo social enquadrado numa concepção própria de mundo, que
envolve principalmente os valores sociais, éticos, morais, culturais, políticos
e econômicos, em cada tempo e lugar. Está diretamente ligada ao modelo de homem
e de sociedade que se pretende ver emergir. Este conjunto de regras, princípios
e valores são estabelecidos pelas principais
instituições sociais: família, religião, justiça, política e educação. No
entanto é preciso lembrar que nenhuma instituição existe isolada das outras e sem
que tenha surgido antes uma necessidade. Todas elas possuem uma
interdependência mútua, de tal forma que uma modificação numa determinada
instituição, pode acarretar mudanças maiores ou menores nas outras.
A
família, considerada uma das mais antigas e fortes instituições sociais,
destacando-se das demais, por seu caráter universal, está sofrendo uma grande
transformação. Varia no tempo e no espaço, tanto quanto ao número de
casamentos, à forma, as relações de parentesco, a relação sexual e aos
componentes básicos da sociedade. Na atualidade é muito difícil encontrar o
modelo ideal de família - mãe, pai e filhinhos (propaganda de margarina). E se
essa primeira e importante instituição social mudou, consequentemente, força
uma decisiva mudança nas demais. Quem vai suprir as necessidades que surgem na
sociedade?
O fato é que apesar das mudanças, a educação ainda COMEÇA na família. É a primeira esfera de socialização
da criança, responsável pela formação individual e social de cada um. É lá que
a criança aprende a conviver, em harmonia com outros grupos. Aprende a falar e a
não gritar, a ouvir, a ser gentil, a perder, a cooperar, a respeitar a
hierarquia, as regras e as normas básicas da sociedade em que vive.
Principalmente a ter DISCIPLINA, OBEDIÊNCIA e RESPEITO. Um belo exemplo dessa
importante influência foi a notícia divulgada nessa semana por todos os jornais,
em que um morador de rua devolveu à polícia R$ 20 mil que havia encontrado no lixo. Ao ser interpelado ele disse que se
lembrou do que sua mãe falou - “nunca roubar nada que é dos outros".
No entanto, Já faz tempo que a
família está se eximindo dessa responsabilidade, jogando toda a carga da
educação para a outra instituição social – a ESCOLA! Os professores não
conseguem fazer o trabalho para o qual
foram formados – ensinar. São como frágeis domadores de feras, usando banquinhos
e chicote nas mãos!
Atualmente, é fácil observar que o
comportamento de uma grande parcela de adolescentes está passando dos limites.
São jovens sem educação! Nos ônibus
ocupam os lugares dos idosos, debocham, chamam a todos de TIOS. São crianças
malcriadas, egoístas, que falam palavrões em qualquer lugar, sem o mínimo
respeito às pessoas a sua volta. Seres que se julgam absolutos e intocáveis! E surge aí a pergunta: Era ISSO MESMO que
queríamos formar?! Onde nós erramos?!
Basta de tanta violência! Já
passou da hora de apertar o laço e estabelecer os papéis e limites, muito bem
definidos, de cada um. A escola precisa
voltar a ter o respeito da sociedade, assim como a família a se comprometer com
o seu papel social na educação. A educação escolar É COMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO DA
FAMÍLIA. Juntas devem estabelecer como princípio a tolerância
zero para toda e qualquer ato de indisciplina e desrespeito. É assim no Japão,
na Nova Zelândia, Coréia do Sul – países que estão no topo dos resultados de
educação de qualidade nas avaliações internacionais. Lá a escolas têm um pacto
direto com a família – EDUCAÇÃO COMPARTILHADA.
Precisamos urgentemente mudar nosso rumo. A Escola precisa estabelecer regras claras, revendo o
seu Regimento Escolar e o seu Projeto Político Pedagógico, discutidos pela
comunidade interna e externa. A
definição das sanções a cada ato de indisciciplina precisa ser muito bem
definida - estabelecendo limites
absolutos, tanto para os alunos, dentro da escola, quanto nas famílias, dentro
de casa. Sem tréguas, sem medo e sem tolerância.
Atingimos a
situação limite e o alerta vermelho está ligado, significando,
como em todos os lugares - EMERGÊNCIA e PRIORIDADE ...BASTA!
Profa Dra Ângela Maria Costa
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Coordenadora da Aliança pela Infância/MS
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Coordenadora da Aliança pela Infância/MS
Olá Magnólia,]
ResponderExcluirminha esposa é professora, eu sou professor. Sabemos exatamente o que é esse problema da disciplina, do respeito, da falta de comprometimento da família na educação das crianças. Basta!!!
Precisamos gritar: Basta!!!!!
Um abraço