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terça-feira, 10 de julho de 2012

ALERTA VERMELHO



A notícia do assassinato de um diretor de escola por um aluno adolescente, de 15 anos, em Nova Andradina, chocou a sociedade e ligou o sinal de alerta! Quem são esses alunos? Filhos de quem? Que educação recebem? De quem? Como? Por quê?!  Que indivíduo é esse que estamos formando?!
Sabemos que a EDUCAÇÃO é o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses. É, pois, um processo social enquadrado numa concepção própria de mundo, que envolve principalmente os valores sociais, éticos, morais, culturais, políticos e econômicos, em cada tempo e lugar. Está diretamente ligada ao modelo de homem e de sociedade que se pretende ver emergir. Este conjunto de regras, princípios e valores são estabelecidos pelas principais instituições sociais: família, religião, justiça, política e educação. No entanto é preciso lembrar que nenhuma instituição existe isolada das outras e sem que tenha surgido antes uma necessidade. Todas elas possuem uma interdependência mútua, de tal forma que uma modificação numa determinada instituição, pode acarretar mudanças maiores ou menores nas outras.
A família, considerada uma das mais antigas e fortes instituições sociais, destacando-se das demais, por seu caráter universal, está sofrendo uma grande transformação. Varia no tempo e no espaço, tanto quanto ao número de casamentos, à forma, as relações de parentesco, a relação sexual e aos componentes básicos da sociedade. Na atualidade é muito difícil encontrar o modelo ideal de família - mãe, pai e filhinhos (propaganda de margarina). E se essa primeira e importante instituição social mudou, consequentemente, força uma decisiva mudança nas demais. Quem vai suprir as necessidades que surgem na sociedade?
 O fato é que apesar das mudanças, a educação ainda COMEÇA na família. É a primeira esfera de socialização da criança, responsável pela formação individual e social de cada um. É lá que a criança aprende a conviver, em harmonia com outros grupos. Aprende a falar e a não gritar, a ouvir, a ser gentil, a perder, a cooperar, a respeitar a hierarquia, as regras e as normas básicas da sociedade em que vive. Principalmente a ter DISCIPLINA, OBEDIÊNCIA e RESPEITO. Um belo exemplo dessa importante influência foi a notícia divulgada nessa semana por todos os jornais, em que um morador de rua devolveu à polícia R$ 20 mil que havia encontrado no lixo. Ao ser interpelado ele disse que se lembrou do que sua mãe falou - “nunca roubar nada que é dos outros".
 No entanto, Já faz tempo que a família está se eximindo dessa responsabilidade, jogando toda a carga da educação para a outra instituição social – a ESCOLA! Os professores não conseguem fazer o  trabalho para o qual foram formados – ensinar. São como frágeis domadores de feras, usando banquinhos e chicote nas mãos!
Atualmente, é fácil observar que o comportamento de uma grande parcela de adolescentes está passando dos limites. São jovens sem educação! Nos ônibus ocupam os lugares dos idosos, debocham, chamam a todos de TIOS. São crianças malcriadas, egoístas, que falam palavrões em qualquer lugar, sem o mínimo respeito às pessoas a sua volta. Seres que se julgam absolutos e intocáveis! E surge aí a pergunta: Era ISSO MESMO que queríamos formar?! Onde nós erramos?!
 Basta de tanta violência! Já passou da hora de apertar o laço e estabelecer os papéis e limites, muito bem definidos, de cada um.  A escola precisa voltar a ter o respeito da sociedade, assim como a família a se comprometer com o seu papel social na educação. A educação escolar É COMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO DA FAMÍLIA. Juntas devem estabelecer como princípio  a   tolerância zero para toda e qualquer ato de indisciplina e desrespeito. É assim no Japão, na Nova Zelândia, Coréia do Sul – países que estão no topo dos resultados de educação de qualidade nas avaliações internacionais. Lá a escolas têm um pacto direto com a família – EDUCAÇÃO COMPARTILHADA.
Precisamos urgentemente mudar nosso rumo. A Escola  precisa estabelecer regras claras, revendo o seu Regimento Escolar e o seu Projeto Político Pedagógico, discutidos pela comunidade interna e externa.  A definição das sanções a cada ato de indisciciplina precisa ser muito bem definida -  estabelecendo limites absolutos, tanto para os alunos, dentro da escola, quanto nas famílias, dentro de casa. Sem tréguas, sem medo e sem tolerância.
Atingimos a situação limite e o alerta vermelho está ligado, significando, como em todos os lugares - EMERGÊNCIA e PRIORIDADE ...BASTA!

Profa Dra Ângela Maria Costa
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Coordenadora da Aliança pela Infância/MS


Um comentário:

  1. Olá Magnólia,]
    minha esposa é professora, eu sou professor. Sabemos exatamente o que é esse problema da disciplina, do respeito, da falta de comprometimento da família na educação das crianças. Basta!!!
    Precisamos gritar: Basta!!!!!
    Um abraço

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